Em discurso de posse, Cabral faz referência a ataques

Governador do Rio de Janeiro pediu um minuto de silêncio por vítimas de ataques

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Por Agencia Estado
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O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, pediu nesta segunda-feira, em seu discurso de posse, um minuto de silêncio "em homenagem e solidariedade às vítimas que, de maneira covarde e vil, foram atacadas por esses facínoras", referindo-se à onda de ataques que ocorreu no Rio, na última semana. Ao ser empossado, Cabral destacou a questão da segurança e disse que "nosso governo não vai se intimidar, não vai tergiversar para garantir tranqüilidade e segurança ao povo do Estado do Rio de Janeiro", disse. "Esses facínoras, esses covardes, terão a resposta de um governo sério, que defende a ordem". Cabral, que chegou com 30 minutos de atraso à Assembléia Legislativa do Estado por causa da chuva que atingiu o centro da cidade, seguiu para o Palácio Guanabara, onde haverá a transmissão do cargo de governador do Estado. Pouco antes do início da cerimônia de posse, uma dezena de pessoas carregava uma faixa, do lado de fora da assembléia, em que se liam as frases: "Cabral descobriu o Rio... Paz é preciso, futuro presidente". A faixa foi colocada pelos concursados da Inspetoria das Penitenciárias que foram, vestidos de branco, saudar o novo governador. Casal Garotinho Os ataques ocorridos às vésperas da posse de Cabral levaram o governador a tomar uma atitude diferente da de sua antecessora, Rosinha Garotinho (PMDB), e admitir o recurso a forças federais. Essa deve ser uma das estratégias de Cabral para se afastar da desgastada imagem do casal Garotinho. A violência é um dos principais problemas do Rio de Janeiro, e os Garotinho jamais aceitaram a ajuda oferecida pelo governo federal. Cabral, que apoiou Lula no segundo turno da eleição, aproveitou a primeira crise para anunciar que não hesitaria em usar a Força Nacional de Segurança Pública, caso necessário. Inicialmente apontado como sucessor de Garotinho, Cabral começou a se afastar do ex-governador no segundo turno das eleições de outubro. Enquanto Garotinho e Rosinha declaravam apoio a Alckmin, Cabral fechou com Lula uma aliança decisiva para sua vitória. A escolha da ex-governadora e ex-ministra Benedita da Silva (PT), para a secretaria de Ação Social e Direitos Humanos, também contrariou o casal Garotinho, rompido com a petista desde 2002. Benedita foi vice de Garotinho e assumiu o governo do Estado em 2002, quando ele renunciou para disputar a Presidência da República. A represália a Cabral veio com a decisão de Rosinha de não aumentar, pela primeira vez em oito anos de governo do casal, a tabela do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o que implica em perda, em termos reais, de receita para o próximo governo. Apesar do conflito, Cabral e Garotinho terão que continuar convivendo já que pertencem ao mesmo partido, o PMDB, pelo qual Garotinho foi confirmado como presidente do diretório estadual. O secretariado de Cabral ainda tem dois nomes ligados a Garotinho nas pastas da Agricultura e Habitação. Trajetória política Sérgio Cabral Filho, 43 anos, ingressou na política pelas mãos do pai, o jornalista e crítico musical Sérgio Cabral, que arrastou o filho para sua primeira campanha a vereador, em 1982, pelo PMDB. A carreira parlamentar de Cabral Filho, no entanto, começou em ninho tucano, por onde foi eleito deputado estadual pela primeira vez, em 1990, aos 27 anos, com 12 mil votos, a menor votação entre os eleitos. A partir daí, sua trajetória foi meteórica. Foi reeleito em 1994, com 125 mil votos, o deputado mais votado do Rio de Janeiro, e repetiu a dose em 1998, daquela vez como o deputado estadual mais votado do Brasil, com 378 mil votos. No fim de 1999 trocou o PSDB pelo PMDB e em 2002 foi eleito senador com mais de 4 milhões de votos. Seu mandato no Senado foi marcado pela ausência a 52 por cento das votações e sua linha de atuação ao apoio à terceira idade. Com informações da agência Reuters

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