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Em CPI, médico denuncia pressão de planos de saúde

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Eleuses de Paiva, afirmou que muitos médicos são obrigados a antecipar a alta hospitalar de seus pacientes, por exigência das operadoras de saúde. A informação foi dada a parlamentares durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Planos de Saúde. Para mostrar a interferência das operadoras na atuação dos médicos, Paiva citou números de uma pesquisa encomendada pela AMB. O trabalho revela que 93% se queixam da intromissão das operadoras. "Para reduzir os custos, as empresas limitam o número de exames de diagnóstico ou pré-operatórios. Essa prática é cada vez mais comum." Paiva admite que poucos médicos denunciam a pressão exercida pelas empresas. Ele afirma que a omissão é provocada pelo receio dos médicos serem descredenciados pelas operadoras de saúde depois das denúncias. "Eu mesmo, fui descredenciado de 23." Durante a CPI, Paiva sugeriu duas medidas que evitariam a interferência das empresas: a criação de regras para o descredenciamento do médico e a nomeação, por parte das operadoras de saúde, de um médico responsável. "Nos casos de conflito, o médico da operadora se responsabilizaria pela decisão." As regras para o descredenciamento, disse Paiva, poderiam proteger o médico que se recusasse a limitar o número de exames ou que denunciasse os eventuais abusos cometidos pelas empresas.

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