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Em convenção tumultuada, PMDB do Paraná decide lançar Requião ao governo

Apoiadores do senador fizeram movimentação ruidosa na entrada da convenção e chegaram a agredir um militante que defendia a coligação

Por Edson Fonseca
Atualização:

CURITIBA- O senador Roberto Requião será candidato pelo PMDB ao governo do Paraná. A decisão ocorreu realizada em Curitiba na manhã de sexta-feira. O grupo que defendia a candidatura própria venceu a votação por 319 a 250 do grupo que defendia a aliança com o PSDB para apoiar a reeleição do atual governador Beto Richa. Os apoiadores de Requião, em maior número no Clube Urca, local da convenção, fizeram movimentação ruidosa na entrada da convenção e chegaram a agredir um militante que defendia a coligação.

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O resultado surpreendeu o mundo político paranaense, que tinha como quase certa a vitória pela coligação com o PSDB, comandada pelos deputados estaduais peemedebistas. O apoio a Beto Richa parecia ainda mais certo depois que o ex-governador Orlando Pessuti (ex-aliado e atual desafeto de Requião), abriu mão de pleitear a candidatura ao governo para apoiar Richa.

A entrada de Requião na disputa leva a eleição no Paraná para uma grande possibilidade de segundo turno. Até então, apenas dois candidatos tinham potencial de grandes votações - o atual governador Beto Richa (PSDB) e a ex-ministra da Casa Civil e senadora, Gleisi Hoffmann (PT).

Requião tenta ser governador do Paraná pela quarta vez. O primeiro mandato foi entre 1991 e 1994, os outros dois foram 2002 - 2006 e 2007 - 2010. Sua trajetória política é marcada por polêmicas, como a proibição de plantação de soja transgênica no Paraná e longas batalhas judiciais contra as concessionárias de pedágio no Estado. Além disso, sua personalidade é marcada por encontros truculentos com jornalistas, como no caso em que tomou o gravador de um repórter no Senado, em Brasília.

Curiosamente, sua chapa deve contar com o apoio de um sócio de uma das concessionárias de pedágio do Paraná. O deputado federal Marcelo Almeida (PMDB) - filho do empreiteiro CR Almeida, já falecido - como candidato ao Senado.

Discurso inflamado. Durante a convenção, Requião fez discurso inflamado contra os apoiadores da tese da coligação com o PSDB. Os acusou de querer "vender o velho MDB de guerra". O senador acusou ainda o governador Beto Richa de ter recebido R$ 3 milhões das concessionárias de pedágio para retirar as 28 ações que foram movidas contra as empresas durante a sua gestão. "Beto Richa foi o pior governador que o Paraná já teve".

O ex-governador Orlando Pessuti, tentou dar um discurso resposta, acusando Requião de não deixar que outras lideranças seja, candidatos pelo PMDB, mas foi interrompido pelas vaias dos militantes.

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