Em Congresso do partido, petistas apresentarão apoio a Dirceu

Grupo vai rebater acusações de revista de que ex-ministro conspiraria contra o governo Dilma; texto aproveitará para defender marco regulatório da mídia

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Por Redação
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Convocado para debater a reforma do estatuto do PT, o 4.° Congresso do partido receberá, no domingo, 4, uma moção de desagravo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. O texto será apresentado por um grupo de petistas da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, como “solidariedade” a Dirceu. Réu no processo do mensalão, o ex-ministro foi definido em reportagem da revista Veja, no fim de semana, como chefe de uma “conspiração” contra o governo Dilma Rousseff.Embora sem se referir a Dirceu, a resolução política do 4.º Congresso – que começa nesta sexta-feira, 2, e vai até domingo, 4, em Brasília -- aproveitará o episódio para defender o marco regulatório da mídia e o que o partido chama de “democratização das comunicações”. A presidente Dilma pediu ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que não deixe passar, no projeto de regulamentação do setor, qualquer referência a “controle” do conteúdo da imprensa.“Eu não considero esdrúxula essa moção de solidariedade a José Dirceu”, disse nesta quinta-feira, 1, o presidente do PT, deputado Rui Falcão, pouco antes de abrir a reunião da Executiva Nacional do partido. “A matéria da Veja foi um exemplo de jornalismo marrom da pior qualidade e ficamos todos indignados. Aliás, é uma constante dessa publicação produzir esse tipo de matéria.”Falcão afirmou que o PT não se furtará a criticar o “jornalismo partidário, parcial, que distorce fatos para caluniar e muitas vezes beira a ilegalidade”. Apesar do comentário, o presidente do PT – que é jornalista -- fez questão de destacar que esse não será o tema principal do 4.º Congresso do PT. Na reunião, os petistas vão examinar propostas que restringem as prévias para escolha dos candidatos às eleições e também um novo modelo de sustentação financeira do partido.Um grupo de dirigentes do PT teme, porém, que o desagravo a Dirceu acabe dominando o encontro. “O PT é sistematicamente vítima do comportamento da revista Veja, mas o grande debate deve ser o da política econômica e internacional”, disse o secretário de Comunicação do partido, deputado André Vargas (PT-PR).Para Francisco Rocha, coordenador da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Dirceu, é impossível controlar manifestações espontâneas no encontro. “A direção do PT não está organizando qualquer desagravo. Agora, em um encontro com 2 mil pessoas aparecem os mais variados instintos, muitos deles de cobra”, afirmou Rocha.

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