Em clima de campanha, Bolsonaro exibe camiseta com mote eleitoral e elogia ‘candidato’ ao STF

Durante evento no Pará com transmissão da TV Brasil, presidente entrega títulos de terras no Pará; Malafaia ataca encontro de evangélicos com Lula

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA – O presidente Jair Bolsonaro voltou a recomendar o tratamento com cloroquina de pacientes com covid-19 durante visita ao Pará, onde participou de cerimônias em clima de campanha à reeleição. Em Marabá, ele levou para o palco o advogado-geral da União, André Mendonça, cotado para o Supremo Tribunal Federal, e exibiu uma camiseta com os dizeres “É melhor Jair se acostumando Bolsonaro 2022”.

Em seu discurso, durante entrega de títulos a assentados e ocupantes de terras da União em Marabá, Bolsonaro atacou a CPI da Covid e os governadores que adotaram medidas restritivas para tentar reduzir a disseminação do vírus. “Recomendo àqueles que porventura tenham problema com a covid que procurem um remédio para o tratamento precoce”, disse, afirmando que ele próprio usou o medicamento. 

O presidente Jair Bolsonaro exibe camiseta com a frase'Émelhor Jair se acostumando. Bolsonaro 2022' no Pará, nesta sexta, 18 Foto: PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

PUBLICIDADE

“Eu, lá atrás, tomei hidroxicloroquina, assim como muitos tomaram ivermectina. Isso não mata ninguém”, declarou. Afirmou ainda que a região tem malária e ninguém morreu com o medicamento. Estudos científicos condenam o uso dessas substâncias em casos de covid.

Bolsonaro elogiou o pastor evangélico Silas Malafaia, que também fazia parte da comitiva. “Homem de fé que, além de ter Deus no coração, o tem nas cores verde e amarela.”

Nesta semana, Malafaia criticou o encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência em 2022, com o bispo primaz da Assembleia de Deus de Madureira, Manoel Ferreira. Malafaia prometeu “artilharia pesada” contra o petista. Chamado a falar no evento, sem citar Lula, disse: “Corrupto, bandido que saqueou esse país não vai mais enganar o povo brasileiro”.

No mesmo evento, Bolsonaro pediu que Mendonça ficasse em pé. “Temos um ministro que é pastor evangélico, o prezado André Mendonça”, disse o presidente. Cotado para assumir a vaga no Supremo do ministro Marco Aurélio Mello – que anunciou ontem sua aposentadoria para o dia 12 de julho –, o advogado-geral da União vem trabalhando pelo posto e tem se reunido com senadores para articular sua indicação, como mostrou o Estadão na semana passada. 

Durante seu discurso, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, entregou ao presidente duas camisas com as cores do Brasil, uma delas presenteada pela localidade de Quatro Bocas, no Pará, e outra, por “outro grupo”, nas palavras de Guimarães, com os dizeres: “É melhor Jair se acostumando – Bolsonaro 2022”. Ele pegou as camisas, mostrou à plateia e entregou a um assessor.

Publicidade

Bolsonaro chegou a Marabá na companhia da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, além do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Geraldo Melo Filho. No evento, ele e a maioria dos integrantes de sua comitiva, além de parte do público presente, não respeitaram o distanciamento, necessário devido à pandemia, e não usaram máscaras. Bolsonaro contribuiu para aumentar a aglomeração, pedindo a retirada da “cerquinha” para que o público se aproximasse do palco. Havia caravanas de todo o estado, levadas por prefeitos e políticos.

Parlamentares evangélicos, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA), os deputados paraenses Éder Mauro e Joaquim Passarinho, ambos do PSD, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), fizeram parte do evento. Durante a entrega de 50.162 títulos definitivos a provisórios, contemplando assentados da Reforma Agrária, mas também ocupantes de terras públicas - entre eles muitos apontados como grileiros - o presidente disse que está dando segurança para quem trabalha na terra. “Dessa forma, cada vez mais nós afastamos as atividades nefastas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), porque a propriedade privada é sagrada.”

Ele voltou a criticar “a sanha ditatorial” de governadores que decretaram lockdown e outras medidas restritivas para conter o avanço da pandemia da covid-19, dizendo que “tiraram o sustento dos mais humildes”, enquanto “esse presidente que vos fala não fechou um botequim sequer”. Bolsonaro lembrou ter criado o auxílio emergencial e admitiu que a volta da inflação é um desafio. “Temos um problema de inflação? Temos, mas se o homem do campo não tivesse trabalhado (durante a pandemia), teríamos desabastecimento, que é muito pior.”

Bolsonaro chegou a Marabá na companhia da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, além do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Geraldo Melo Filho. No evento, ele e a maioria dos integrantes de sua comitiva, além de parte do público presente, não respeitaram o distanciamento, necessário devido à pandemia, e não usaram máscaras. Bolsonaro contribuiu para aumentar a aglomeração, pedindo a retirada da “cerquinha” para que o público se aproximasse do palco. Havia caravanas de todo o estado, levadas por prefeitos e políticos.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Parlamentares evangélicos, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA), os deputados paraenses Éder Mauro e Joaquim Passarinho, ambos do PSD, Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), fizeram parte do evento. Durante a entrega de 50.162 títulos definitivos a provisórios, contemplando assentados da Reforma Agrária, mas também ocupantes de terras públicas - entre eles muitos apontados como grileiros - o presidente disse que está dando segurança para quem trabalha na terra. “Dessa forma, cada vez mais nós afastamos as atividades nefastas do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra), porque a propriedade privada é sagrada.”

Ele voltou a criticar “a sanha ditatorial” de governadores que decretaram lockdown e outras medidas restritivas para conter o avanço da pandemia da covid-19, dizendo que “tiraram o sustento dos mais humildes”, enquanto “esse presidente que vos fala não fechou um botequim sequer”. Bolsonaro lembrou ter criado o auxílio emergencial e admitiu que a volta da inflação é um desafio. “Temos um problema de inflação? Temos, mas se o homem do campo não tivesse trabalhado (durante a pandemia), teríamos desabastecimento, que é muito pior.”

Terras públicas

Publicidade

Embora a maioria dos títulos definitivos entregues pelo presidente beneficiem assentados da reforma agrária, mais de dois mil atenderam ocupantes de terras públicas, que ambientalistas apontam como grileiros. Muitas dessas áreas foram desmatadas e queimadas – há mais de uma década o Pará está entre os Estados que mais desmatam a Amazônia. Defensores da reforma agrária, como Maria Cazé, da coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), afirmam que a titulação das terras deveria ser acompanhada de políticas de apoio ao pequeno agricultor. “O governo atual destruiu todas as políticas públicas de apoio à agricultura camponesa e à produção de alimentos”, disse.

O presidente também esteve no município paraense de Novo Repartimento para a cerimônia de entrega da pavimentação de 102 km da Rodovia Transamazônia (BR-320), investimento de R$ 219 milhões. O trecho liga os municípios de Novo Repartimento e Itupiranga. Ele também autorizou o início das obras de construção de uma ponte sobre o Rio Xingu. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse que a obra já foi contratada. Dessa região, ele seguiu para a capital, Belém, onde participaria da comemoração dos 110 anos da igreja evangélica Assembleia de Deus no Brasil.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.