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Em carta a Dilma, MST critica governo e pede mudança 'urgente' na política agrária

Representantes do movimento apresentam reivindicações a Dilma após protesto que terminou em confronto e deixou 32 feridos

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Por Redação
Atualização:

Brasília - Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) apresentam na manhã desta quinta-feira, 13, uma carta com reivindicações à presidente Dilma Rousseff em que apontam para a "necessidade urgente de fazer mudanças nas políticas agrárias" do governo. O encontro ocorre após o protesto ocorrido nessa quarta, 12, quando integrantes entraram em confronto com policiais e 32 pessoas ficaram feridas.

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No início do encontro, foi entregue à presidente uma cesta com itens produzidos pelo MST. Antes da reunião, líderes do MST elaboraram a carta com 11 pontos que deverá ser entregue a representantes do governo. Também participam da reunião no Planalto o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas.

"O governo foi incapaz de resolver esse grave problema social e político. A média de famílias assentadas por desapropriações foi de apenas 13 mil por ano, a menor média após os governos da ditadura militar. É necessário assentar, imediatamente, todas as famílias acampadas", diz trecho do primeiro item da carta, elaborada pelas lideranças do movimento.

O MST também critica a burocracia para ingressarem em programas como o Programa Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Penae). "Esses programas só atingiram 5% das famílias camponesas. É necessário que o governo aumente os recursos para esses programas, desburocratize e amplie para o maior número possível de municípios do Brasil", diz a carta.

Há também queixas em relação ao plano nacional de agroecologia lançado pela presidente Dilma em outubro do ano passado. "Esse plano continua na gaveta, sem recursos e sem programas efetivos. E, do outro lado, o Ministério da Agricultura afronta a Anvisa, ao liberar o uso de venenos agrícolas ainda mais perigosos para o meio ambiente e, sobretudo, para a saúde das pessoas", afirma.

Em outro trecho do documento, eles reivindicam "mudanças profundas na forma do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) funcionar". "É necessário e urgente contratar servidores, qualificá-los para a função específica da Reforma Agrária e locar recursos suficientes para uma Reforma Agrária massiva".

Desde segunda, 10, cerca de 16 mil integrantes do movimento se reúnem no 6º Congresso Nacional do MST, realizado em Brasília. Nessa quarta, a manifestação do grupo terminou em confronto com a Polícia Militar em frente ao Palácio do Planalto. De acordo a PM, 30 policiais e dois sem-terra ficaram feridos. Do total, oito policiais sofreram ferimentos graves. Um militante do movimento foi detido.

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