PUBLICIDADE

Em campanha, Serra ainda evita assumir candidatura

Por Agencia Estado
Atualização:

Bastou o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), lançar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto na segunda-feira, em São Paulo, para o ministro da Saúde, José Serra (PSDB), intensificar sua campanha. Embora sustente o discurso público de que é muito cedo para dar a largada na corrida presidencial, foi o candidato e não o ministro José Serra que se apresentou a 45 deputados e três senadores tucanos de 18 Estados, em jantar oferecido pelo deputado Ricarte de Freitas (PSDB-MT) na quarta-feira. Antes de o ?chef? Roberto Ravioli servir o javali com mirtillo e o ravioli de funghi porcini, Serra fez um pequeno relato de sua vida aos convidados, da infância de filho único de imigrantes no bairro da Mooca à luta estudantil, o exílio no Chile e a campanha da anistia, em que ajudava o deputado Ulysses Guimarães a redigir alguns discursos. "Fico feliz em saber que, depois de tantos anos de vida pública, tudo o que se diz de mim é que eu não sou simpático", falou Serra, para corrigir em seguida: "Minha mãe não acha, e as pesquisas de opinião já começam a desmentir o que dizem ser senso comum". O jantar foi apenas um item da agenda movimentada que começou com uma viagem ao Paraná, a convite de dois tucanos panaraenses na segunda-feira. Na terça-feira, o economista Serra falou para tucanos, empresários e diplomatas no seminário "o Brasil e a Alca" e hoje seguiu para o interior de Rondônia, acompanhando os deputados Expedito Júnior (PSDB-RO), e Sérgio Carvalho (PSDB-RO) no lançamento do programa bolsa alimentação. "A idéia é intensificar os contatos políticos e populares em todo o Brasil, para que ele possa divulgar seu trabalho e falar com o povo", revela o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA). Serrista de carteirinha, Jutahy foi quem apresentou o companheiro Serra aos 45 liderados, na noite de quarta-feira. "Tem gente que atravessa a rua para falar com a gente quando estamos por cima, ou fugir da gente, quando estamos por baixo", disse o líder. "O Serra é o amigo solidário que atravessa para falar conosco nos piores momentos". No jantar, Serra voltou a insistir que é cedo para lançar sua candidatura e que há muito trabalho a fazer no ministério, mas não convenceu a platéia, que se revelou disposta a entrar na campanha e ainda criticou a lentidão do partido em definir quem será o candidato. Foi o caso do senador Antero de Barros (PSDB-MS), que cobrou uma definição do partido, a exemplo do que fez o PFL ao investir na candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. "A indefinição, embora muitas vezes característica dos tucanos, é um grande equívoco que não permite que o partido use uma das maiores ferramentas da política", disse Antero, referindo-se à campanha eleitoral gratuita no rádio e na televisão. "Vamos acabar pondo fora o horário eleitoral a que o PSDB tem direito este ano, porque o partido insiste em se omitir, ficando a reboque do Planalto", protestou, ao argumentar que a cúpula tucana não pode se guiar apenas pela preocupação com a governabilidade. "O Serra é um candidato que orgulha o PSDB", disse o senador matogrossense. Ele prometeu liderar o partido no Estado para forçar uma definição de candidatura até o fim de novembro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.