Em campanha, Sandy deve alertar para o uso de camisinha

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Saúde vai lançar uma ofensiva contra o crescimento da aids entre as adolescentes de 13 a 19 anos. Nas duas próximas campanhas programadas pelo governo, serão veiculadas mensagens direcionadas para essas meninas que hoje são consideradas o principal grupo de risco para a doença. A primeira campanha começará a ser apresentada no próximo dia 13 em rede nacional e terá a participação da dupla Sandy e Júnior. A segunda etapa de mensagens para os jovens ocorrerá no carnaval. O objetivo do ministério, que na primeira campanha atua em parceria com a ONG Ação e Cidadania, é combater o crescimento da doença em jovens. O último boletim epidemiológico, divulgado em dezembro passado, revelou que está ocorrendo uma inversão da relação homem-mulher na incidência de aids entre as pessoas entre 13 e 19 anos. Ao contrário das outras faixas etárias, as meninas ultrapassam os meninos em aids. Em 2000, dos 191 casos nesse grupo de 13 a 19 anos, 151 ocorreram em mulheres. O mesmo aconteceu em 2001 - dos 243 casos, 152 eram em mulheres. No total da população, os homens ainda são mais afetados pela doença (relação de 1,7 homens para cada mulher em 2001), mas o crescimento de vítimas meninas pode estar mostrando uma reversão desse quadro e a maior "femilinização" da epidemia. A novidade das campanhas deste ano é a maior preocupação da sociedade civil na luta contra a aids, com a participação de organizações não-governamentais como a Ação e Cidadania. A ONG foi a principal responsável pelos clipes de Sandy e Júnior que vão ao ar em cadeia nacional ao longo de todo o verão e nas férias de inverno. Nos clipes, os cantores vão falar, separadamente, para meninos e meninas brasileiras e alertar sobre a necessidade do uso de camisinha. A idéia é pedir aos meninos que tenham mais responsabilidade e às meninas que façam valer suas vontades e garantam uma relação sexual protegida. A Ação e Cidadania conseguiu que tanto as emissoras de rádio e TV quanto a dupla de cantores participasse da campanha gratuitamente. O ministério ajudou no financiamento da produção dos clipes. "Achamos que é uma vitória termos uma campanha que não parte apenas do ministério, mas da sociedade", afirma Daniel de Souza, um dos coordenadores da Ação e Cidadania. Tradicionalmente, a ONG fundada por Betinho é voltada para a luta contra a fome, mas ela começou a treinar seus voluntários para participarem de ações educativas contra epidemias, como a aids e a dengue. A campanha de carnaval ainda não está totalmente definida. Ainda esta semana o coordenador nacional de Aids, Paulo Teixeira, e o novo ministro da Saúde, Humberto Costa, devem acertar os detalhes finais da campanha, mas já está definido que as jovens deverão ser o alvo principal dos anúncios. A propaganda do ministério também poderá aproveitar as mensagens às meninas para falar de outro problema que atinge o Brasil, a gravidez na adolescência. A camisinha poderá ser apresentada como a principal solução não só para combater a aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, mas também para evitar a gravidez indesejada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.