Em ano eleitoral todo mundo fala o que quer, diz Lula para FHC

Ele reclamou dos governadores que não informam, por meio de propaganda, a participação do governo federal em obras estaduais

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as críticas do seu antecessor Fernardo Henrique Cardoso, que em artigo publicado no último domingo criticou a falta de um projeto de longo prazo do atual governo. Em discurso na inauguração do Hospital do Idoso, em Rio Branco (AC), Lula disse que como este ano é um ano eleitoral "todo mundo se dá ao luxo de falar o que bem entende". "Eu acho normal. Também falei muito, a vida inteira. Não reclamo. Eu só queria lembrar uma coisa: Tem gente que governou este País nos últimos 30 anos - a maioria está no poder ainda, não saiu não - e agora eles cobram de nós como se nós pudéssemos fazer em 500 dias o que eles não fizeram em 500 anos", afirmou. Lula disse que continuará sua gestão com responsabilidade e reafirmou que não dá para concretizar os projetos com rapidez. O presidente voltou a afirmar que assumiu o poder no momento em que o País tinha uma dívida "praticamente impagável", e entrou mais uma vez em contradição ao afirmar que tomou a decisão de não falar de governos anteriores, porque tem que olhar para a frente. "Eu vou dizer uma coisa para vocês. Quanto mais dificuldades, mais eu gosto. Eu sou um homem chegado a desafios", disse. Ele lembrou que no ano passado o País "comeu o pão que o diabo amassou", mas que ainda assim o governo investiu R$ 1,7 bilhão, enquanto em 2002 o seu antecessor contratou R$ 262 milhões e pagou apenas R$ 19 milhões. "Entre 1998 e 2001 morreram 300 mil crianças por falta de saneamento básicos", disse. Lula reclamou dos governadores que não estão informando, por meio de propagandas, a participação do governo federal em obras estaduais. Segundo ele, quando Fernando Henrique era presidente só os governadores Jorge Vianna, do Acre, e Zeca do PT, do Mato Grosso do Sul, ambos do PT, informavam que as obras estavam sendo feitas com dinheiro enviado pelo governo federal. "Ninguém quer fazer propaganda. O que queremos apenas é que seja dada corretamente a informação para o povo brasileiro saber quem está fazendo as coisas neste país. Isso é apenmas uma questão de honestidade", afirmou. O presidente disse também que pretende assumir todos os compromissos feitos durante a campanha eleitoral, lembrando inclusive de comícios feitos em 1980, no Acre. Ele prometeu enviar ambulâncias ao Estado e garantiu que esses veículos serão bem equipados, muito "chiques". "Como disse o Joãosinho Trinta, quem gosta de miséria é intelectual. O povo gosta é de coisa boa".

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