Em 2005, liminar do STF paralisou investigação

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Por Felipe Recondo e BRASÍLIA
Atualização:

As informações que permitiram à Polícia Federal prender ontem o banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, poderiam ter vindo à tona há três anos, durante a CPIs dos Correios e do Mensalão. Em 2005, fragilizada pelo escândalo do mensalão, a base do governo revidou aos ataques da oposição, investigando o banqueiro e possíveis ligações com integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), à época das privatizações das teles. Nas duas comissões, os governistas aprovaram um requerimento para ter acesso ao disco rígido de um computador do Opportunity, apreendido pela PF. O disco rígido é o mesmo que alimentou as investigações da PF que levaram, agora, à Operação Satiagraha. Aprovado o requerimento, Dantas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter as informações sob sigilo. Dois dias depois a ministra Ellen Gracie concedeu liminar, vetando o acesso da CPI aos dados. A ministra pediu à CPI as justificativas para o pedido de quebra do sigilo. A CPI respondeu três semanas depois, mas Ellen não se convenceu da relação de Dantas com o empresário Marcos Valério, mesmo com a comprovação de pagamentos vultosos de empresas controladas pelo banqueiro para as agências de publicidade de Valério. Em uma última decisão, ela manteve o sigilo.

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