Ellen Gracie aceita disputar vaga na Corte de Haia

Presidente do Supremo se diz ?honrada? com indicação e Brasil passa a ter dois candidatos ao posto

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Por Felipe Recondo , Tania Monteiro e Denise Chrispim Marin
Atualização:

A ministra Ellen Gracie, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) até o final deste mês, é candidata a uma vaga na Corte Internacional de Justiça, em Haia (Holanda). Em reunião fora da agenda com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, Ellen respondeu a uma sondagem do presidente da República dizendo que se "sentiria honrada" com a indicação para a vaga. Com a decisão da ministra, o Brasil passa a ter dois candidatos à vaga - o segundo nome é o do juiz e ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos Antônio Cançado Trindade, que até já está em campanha. O prazo para as indicações à Corte vai até agosto. Ellen será substituída na presidência do Poder Judiciário pelo ministro Gilmar Mendes. Ellen Gracie tem uma vantagem sobre Cançado Trindade: conta com a simpatia do governo dos Estados Unidos, onde ela morou e estudou. Ela foi bolsista da Fundação Fulbright, entre 1991 e 1992, com vinculação acadêmica à American University, Washington D.C. School of Public Affairs. Foi também Jurista em Residência junto à Law Library of Congress. APOIOS Ellen tem, ainda, apoios explícitos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-ministro Celso Lafer (Relações Exteriores) e de outros integrantes do governo que antecedeu o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio Lula também tem preferência pelo nome da ministra, entre outros motivos porque isso lhe daria o direito de indicar mais um nome para o STF, o oitavo juiz em um plenário que é formado por 11 ministros. Para o Itamaraty, a campanha de Cançado Trindade é mais simples por dois motivos: primeiro, ele já está fazendo o corpo-a-corpo para obter votos; em segundo lugar, porque uma derrota não significará uma grande perda para o governo, pois alguns dizem que esta é uma candidatura mais pessoal do que de governo. Com a ministra Ellen como candidata patrocinada pelo Planalto, o Itamaraty teria de fazer uma campanha obrigatoriamente vitoriosa. Uma fonte fez a seguinte comparação ao Estado sobre o significado políticos das disputas: a derrota de Geraldo Alckmin, em 2006, teve um peso; se José Serra fosse o candidato, o peso da derrota para os tucanos seria muito maior.

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