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Eleitores de baixa renda, a força da petista

Alckmin e Kassab, ao contrário, destacam-se no eleitorado acima dos 5 salários mínimos

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Por Redação
Atualização:

A história se repete. Os pontos fortes de Marta Suplicy estão na população de mais baixa renda (até 5 salários mínimos), mais baixa escolaridade (até a 8ª série do ensino fundamental) e, quase sempre, entre os mais jovens. Já as forças de Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, que se originam na mesma liga político-partidária, aumentam à medida que a pesquisa sobe dos segmentos de renda e escolaridade médios para altos. Um bom exemplo disso é que Marta registrou 43% de preferência de voto entre os que têm da 5ª à 8ª séries, mas ficou com apenas 21% entre os que têm ensino superior. Subiu a 39% entre os que ganham até 2 salários mínimos, mas caiu para 26% entre os que recebem acima de 5 salários mínimos. Os índices de Alckmin, no sentido inverso, variaram de 24% (entre os que têm da 5ª à 8ª séries) a 42% (entre os que têm ensino superior). Kassab, no mesmo compasso da linhagem tucana, fica com 7% entre os que cursaram até a 8ª série, mas chega a atingir 16% entre os que têm ensino superior; entre os que ganham até 5 salários mínimos, não passa de 9%, mas vai bater em 14% entre os que ganham acima de 5 salários mínimos. Alckmin venceu com facilidade no centro (43% a 31%), na zona norte (34% a 29%), na zona oeste (34% a 23%) e na zona sul I (41% a 22%); Marta ganhou na zona leste I (48% a 23%) e na zona sul II (47% a 25%). Na zona leste, Maluf roubou o terceiro posto de Kassab. Marta, curiosamente, é a candidata dos homens: ostenta uma preferência de 36% entre os eleitores do sexo masculino e de apenas 32% no universo eleitoral feminino, que ela tanto defendeu em seus tempos de sexóloga. Já com Alckmin funciona ao contrário: seu potencial de votos é sustentado, basicamente, pelo eleitorado feminino, que lhe promete uma preferência de 35%; já os homens lhe atribuem apenas 27%. Nas simulações de segundo turno aparecem com clareza os pontos fortes e fracos dos candidatos. Marta venceria Alckmin con certa facilidade (49% a 41%) entre os que têm até a 4ª série do ensino fundamental; mas perderia feio (61% a 31%) entre os que têm curso superior. Sua fragilidade nos segmentos de mais alta renda e escolaridade é tão grande que ela perderia até para Kassab num hipotético segundo turno por 56% a 32% entre os que têm curso superior. INCÓGNITAS A pesquisa traz duas incógnitas, registra Márcia Cavallari, diretora do Ibope. Uma delas é que a maior força de Marta e do PT não aparece claramente no segmento extremo de mais baixa escolaridade (até a 4ª série do ensino fundamental), como aconteceu nas disputas eleitorais de 2004 e 2006, mas no segmento ligeiramente acima do extremo. Na simulação de primeiro turno, Marta alcançou 43% no segmento que vai da 5ª à 8ª séries e apenas 35% entre os que cursaram até a 4ª série; em sentido inverso, o desempenho de Alckmin é melhor no segundo segmento citado (26%) e pior no primeiro (24%). A segunda incógnita é a baixa intenção de voto em Kassab, uma vez que ele continua recebendo uma boa avaliação do eleitorado, segundo demonstra a pesquisa: 36% dos paulistanos a consideram ótima ou boa (índice menor que a preferência de voto por Marta), 34% a reputam regular e 28% dizem que é ruim ou péssima. Isso quer dizer que 26% dos paulistanos consideram sua gestão ótima ou boa, mas não decidiram votar nele.

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