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Quem é Simone Tebet, a primeira mulher na corrida presidencial de 2022

Apresentada pelo MDB como pré-candidata à presidência da República, a senadora pelo Mato Grosso do Sul se destacou principalmente pela atuação na CPI da Covid

Foto do author Davi Medeiros
Por Davi Medeiros
Atualização:

Lançada nesta quarta-feira, 8, como pré-candidata à presidência da República em evento do MDB, a senadora Simone Tebet (MS) ocupa cargos políticos desde 2002. Antes de assumir cadeira na casa legislativa em Brasília, foi deputada estadual, prefeita e vice-governadora em seu Estado, o Mato Grosso do Sul. A naturalidade com o dia a dia da política vem desde criança, porém. Seu pai, Ramez Tebet, também foi prefeito e senador, tendo inclusive presidido a Casa entre 2001 e 2003. 

Tebet se coloca à disposição para a corrida eleitoral de 2022 após ter atuação destacada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Embora nunca tenha se denominado uma feminista, a senadora defendeu ativamente a participação das parlamentares mulheres na comissão. Em uma sessão, foi chamada de “descontrolada” pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, após contestar a atuação do depoente durante a pandemia. 

A senadora Simone Tebet é tratada como peça fundamental dos planos do MDB para 2022; é também aposta do partido para renovar sua imagem. Foto: Adriano Machado/Reuters - 4/9/2019

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Apesar da crítica machista, Simone se destacou nos interrogatórios. Foi ela quem conseguiu, por exemplo, extrair do deputado Luis Miranda (DEM-DF) o nome de Ricardo Barros (PP-PR) como o responsável indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) por um suposto “rolo” na aquisição das vacinas Covaxin. Ao Estadão, a senadora disse que as mulheres se diferenciam dos homens na política por possuírem, segundo ela, mais sensibilidade.

“Esse ‘feeling’, esse acolhimento, esse olhar mais sensível”, descreveu. No caso específico do depoimento de Luís Miranda, ela disse acreditar ter conseguido a resposta por adotar um método mais brando de inquirição. “Tentei uma estratégia diferente que acabou dando certo. Mais importante, isso prova a importância do papel da bancada feminina”, disse.

Conforme a CPI foi chegando ao fim, Tebet passou a falar mais abertamente sobre a possibilidade de abertura de um processo de impeachment contra o presidente Bolsonaro (PL). Se, em 2020, a parlamentar descartava o impedimento, argumentando que o afastamento do presidente resultaria em instabilidade e “caos”, em 2021 passou a considerar a viabilidade do impeachment, chegando a afirmar que a comissão reuniu elementos suficientes para fazê-lo.

Desde que seu nome despontou como uma opção para a “terceira via”, Simone tem defendido a quebra da polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Bolsonaro. “Enquanto se briga aqui por espaços políticos, as pessoas voltaram a passar fome”, disse, em julho, ao Estadão. “Não temos como optar pelo passado ou pelo presente. Nós temos que fazer uma opção pelo futuro”.

Sem aparecer com projeção eleitoral nas pesquisas, a senadora chega ao posto de pré-candidata tentando se desvencilhar da imagem de boa para vice. Ela já foi cortejada pelo Podemos como a vice ideal de Sérgio Moro, mas, a princípio, o MDB afastou essa possibilidade. Anteriormente, porém, Tebet já declarou estar comprometida com o projeto viável da “terceira via”, dizendo não se preocupar nomes: “Seja quem for, eu estarei com ele”. 

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Simone está no MDB, mesma legenda do pai, desde o início da carreira política. Em 2002, foi eleita deputada estadual no Mato Grosso do Sul. Em 2004, foi escolhida como prefeita de Três Lagoas, sua cidade natal. Ficou no cargo até 2010, quando renunciou para se candidatar a vice-governadora do Estado na chapa de André Puccinelli. Ela tem 51 anos e foi a primeira mulher eleita prefeita de Três Lagoas e vice-governadora do Mato Grosso do Sul. Formou-se em Direito pela UFRJ e fez Mestrado na área pela PUC-SP.

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