O semi-árido nordestino enfrentará períodos mais longos de seca neste primeiro semestre, informa o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os mapas analisados nesta segunda-feira mostram que, pelo menos em três dos quatro meses que coincidem com a estação chuvosa (fevereiro a maio) na região, as chuvas serão abaixo do normal, o que pode trazer problemas para o abastecimento de água e a produção agrícola. De acordo com o meteorologista José Antonio Marengo, do Inpe, a previsão é de chuvas abaixo da média no Ceará, Piauí, norte da Bahia, oeste da Paraíba e de Pernambuco. A seca é consequência do fenômeno El Niño, que já provocou estragos no Sul, com chuvas acima da média em outubro e novembro. O fenômeno decorre do aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico. De acordo com Marengo, a partir deste mês - e pelos próximos três meses - o Rio Grande do Sul e o oeste de Santa Catarina terão chuvas e temperaturas dentro da média. Para o Paraná e os Estados do Sudeste, a previsão também é de chuvas normais, mas as temperaturas ficarão acima da média (de 1 a 3 graus). Já o Centro-Oeste, que enfrentou períodos de estiagem nestes últimos dois meses, continuará tendo chuvas abaixo da média, mas, a partir deste mês, a possibilidade de formação de frentes frias, e, por conseguinte, de chuvas, é maior. Para os meteorologistas, a preocupação agora é com o Nordeste e o Leste do Amazonas, que seguem o mesmo padrão climático. ?O ar seco e as temperaturas altas aumentam os riscos de incêndio na floresta. Em 98, também ano de El Niño, houve incêndios deste tipo em Roraima?, diz Marengo.