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Transferência de universidades para Ciência e Tecnologia ainda não está definida

Marcos Pontes disse que não há ainda definição sobre se o ensino superior deve ficar sob o guarda-chuva de sua futura pasta

Por Camila Turtelli
Atualização:

O futuro ministro da Ciência e Tecnologia no governo Jair Bolsonaro (PSL), o tenente-coronel, Marcos Pontes, afirmou nesta quinta-feira, 1, a educação está na “base de todos os problemas”. Pontes, que é único brasileiro a ir ao espaço, pode ter, em 2018, em sua pasta o comando das universidades brasileiras, que devem ficar fora da supervisão do Ministério da Educação (MEC).

"A educação está na base de todos os problemas", disse em palestra a estudantes entusiastas de ciência e robótica, no Teatro do Sesi, em Goiânia.

Marcos Pontes, futuro ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações do governo Jair Bolsonaro Foto: Neila Silva/Ascom Marcos Pontes

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Pontes disse que não há ainda definição sobre se o ensino superior deve ficar sob o guarda-chuva de sua futura pasta. "Estou na espera para pensar em impactos, como isso poderia ser feito", disse. "Não tenho nenhuma proposta pronta ainda nesse sentido". Pontes disse, no entanto, ser um "obcecado por educação" e que quer levar a ciência para a educação. "Tenho uma boa esperança de que consigamos recuperar, no mandato, a ciência e tecnologia no Brasil", disse. Ele citou o orçamento apertado da pasta e pouca atenção para detalhes, como pesquisas básicas, entre suas preocupações. Disse que o orçamento é uma da primeiras questões que pretende tratar e que quer contornar parte desse problema com parcerias com o setor privado, que podem incentivar startups de tecnologias em todo País. O ministro astronauta disse ainda que vai se reunir com o atual ministro Gilberto Kassab na semana que vem, em Brasília, para "fazer um raio-x" e iniciar a transição. Sobre os demais ministros já indicados por Bolsonaro, ele disse que a nomeação do juiz Sérgio Mouro foi "excelente" e que eles irão formar um "time de patriotas".

Pacificação

O astronauta afirmou que o Brasil precisa se unir a partir de agora. "A eleição já passou, agora precisamos unir o País", disse ele. Na função de palestrante, ele falou também sobre sonhos, espaço, a infância humildade em Bauru (SP) e persistência. Entre as histórias sobre a vivência como astronauta, incluindo instruções sobre como usar o banheiro em gravidade zero.

Ele foi aplaudido de pé pelo auditório antes de iniciar a palestra de tom motivacional. Pontes disse ser uma dupla satisfação estar ali, primeiro por falar aos estudantes e segundo por ter sido confirmado ontem pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), como ministro. Sobre o ministério, o tenente-coronel disse que "ninguém faz nada sozinho" e ressaltou que há muitas "pessoas competentes nas unidades de pesquisa" do País.

Ele falou aos jovens sobre sonhos e como alcançá-los, contando sua história de origem humilde, no interior de São Paulo, em Bauru, até chegar à Nasa. "Um sonho pode te levar para qualquer lugar, até para fora do planeta", disse.

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"Estude, trabalhe, persista e sempre faça mais do que esperam de você", repetiu algumas vezes. Pontes, que além de bacharel em administração e outras formações é coach, também ensinou os jovens a falarem algumas palavras em russo e ressaltou que para ser astronauta da Nasa não é necessário ser militar, mas se for, melhor.

Pontes disse que terá de ir a Houston nos Estados Unidos, na próxima semana, para fazer uma nova cirurgia no sistema auditivo, consequência das viagens ao espaço. Ele disse também que recebeu um convite para voltar ao espaço no ano que vem, mas que negou já que recebeu "uma missão muito maior no Brasil".

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