08 de junho de 2021 | 05h00
BRASÍLIA – Candidato às prévias que vão definir o nome do PSDB para a disputa presidencial, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tem sido cortejado por várias siglas, mas diz que não vai sair do partido, mesmo se não for o vencedor da disputa interna. “Quero ajudar o PSDB a voltar a sintonizar os sentimentos das ruas”, afirmou ele, numa referência ao clima de oposição que ronda o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Além de Leite e João Doria, devem participar da disputa o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. “Eu estou muito firme e decidido a participar, mas não sou obcecado por um projeto pessoal”, disse o governador gaúcho, que costuma fazer elogios públicos a Tasso.
Eu estou muito firme e decidido a participar, mas não sou obcecado em torno de um projeto pessoal. Eu não estou nessa por um projeto pessoal. Fui provocado por um grupo de deputados que entendiam que eu deveria representar essa discussão e eu estou trabalhando nessa linha. Eu tenho toda disposição de conversar, dialogar. Só que neste momento, não parece haver isso.
Eu olho para essa eleição do ano que vem como uma oportunidade de contribuir do ponto de vista de liderar um projeto nacional, pelo que me provocaram alguns parlamentares, e outras pessoas têm defendido isso. Têm surgido alguns apontamentos importantes e eu estou disposto a contribuir nesse sentido. Se não se viabilizar essa candidatura, eu pretendo concluir meu mandato sem outra candidatura no ano que vem.
Vou ficar. Estou filiado há 20 anos no PSDB. É um partido que me reconheço do ponto de vista programático. Quero ajudar o PSDB a voltar a sintonizar os sentimentos das ruas.
Não entramos nos assuntos de São Paulo. O MDB é um parceiro nosso no Rio Grande do Sul, ampliou a participação no nosso governo, tinha uma secretaria e agora tem duas. A conversa com o presidente do MDB, Baleia Rossi, foi no sentido dessa parceria política. Temos um bom diálogo no sentido de tentar construir alternativas, em conjunto, para o próximo ano também.
Eu me resignei com o fato de o partido sequer ter aberto comissão para discutir a expulsão. Houve de fato ali uma conduta que merecia discussão, inclusive uma oportunidade para o deputado apresentar a defesa, suas considerações. Mas nem sequer se discutiu o tema, o que foi um erro do partido. Agora, ele pediu o nosso encontro. Argumentou que as prévias devem ser transferidas para o ano que vem, mas eu discordo. Eu disse a ele que não tem problema a gente conversar com outros partidos, mas precisamos ter um candidato neste ano.
O candidato que vai emergir das prévias não será um candidato para São Paulo. Será para o Brasil. Sem dúvida é muito importante que todo filiado possa votar, mas equalizando isso em um modelo que ajude a traduzir a decisão de uma candidatura que realmente se viabilize para o Brasil.
Achei muito estranho isso, pedi esclarecimentos e disseram que eu seria chamado por conta de uma operação da Polícia Federal que não tem nenhuma relação com o Estado: operação São Camilo, na prefeitura de Rio Pardo (RS). A única participação do Estado foi ter sido chamado para intervir no hospital, que era municipal e precisaria ser gerido de alguma forma.
Não tenho nenhum problema (em ir para a CPI). Já levei documentos para o relator da CPI (Renan Calheiros). Agora, ser chamado na condição de alguém que está sendo investigado, quando não estou sendo investigado e não há operação sobre o governo, é absurdo.
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