Eduardo Ferrão nega pedido de políticos para encontrar Teori

Advogado diz em nota que 'rejeitaria veementemente' qualquer solicitação de peemedebistas para tentar interferir na Lava Jato

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Por Carla Araujo
Atualização:

Brasília - O advogado Eduardo Ferrão, citado em gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e o presidente do Senado, Renan Calheiros, divulgou nota em que nega o contato com os políticos e rechaça a possibilidade de interceder junto ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

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"Em relação à referência a meu nome em diálogos veiculados pela imprensa, esclareço que em nenhum momento fui procurado por quem quer que seja para tratar do assunto ali mencionado. E mesmo que o fosse, rejeitaria veementemente solicitação de tal natureza", diz o advogado em nota.

Em um dos trechos de uma conversa entre Sarney e Machado, no dia 10 de março, o ex-presidente da República diz que vai conversar com o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha como alguém que teria proximidade com Teori. Em outra gravação, no dia seguinte, o presidente do Senado, Renan Calheiros, em diálogo com Sarney e com o ex-dirigente da Transpetro, sugere o advogado Eduardo Ferrão como alguém próximo ao ministro.

Sarney também divulgou nota em que pede desculpas ao advogado e ao ex-ministro do STJ. De acordo com o ex-presidente, ele não conversou com Asfor Rocha nem com Ferrão sobre a possível influência dos dois em relação a Teori. "Nem tinha liberdade para isso", disse. "Não sabia, aliás, se qualquer dos dois tinha amizade com o ministro Teori Zavascki."

Asfor Rocha também negou que tenha sido procurado "em qualquer tempo e por qualquer pessoa" para tentar influenciar o ministro Teori. "A respeito da transcrição de gravações que teriam sido feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com alguns políticos, o advogado Cesar Asfor Rocha contesta terminantemente que tenha sido procurado, em qualquer tempo e por qualquer pessoa, para tratar dos assuntos aludidos", diz a nota enviada por sua assessoria.

O ex-ministro "nega, com igual veemência", que tenha tido conversas sobre o tema com qualquer ministro do STF ou com qualquer outro magistrado. "Repudia, por fim, as ilações injuriosas precipitadamente extraídas da simples menção a seu nome em conversas de terceiros", completa o documento.

No diálogo citado, Sarney responde a uma preocupação manifestada por Machado em relação à possibilidade de virar réu na primeira instância. O ex-presidente da Transpetro indica que, nesse caso, poderia negociar uma contribuição premiada. "Porque realmente, se me jogarem para baixo (passando a ficar sob a alçada do juiz Sérgio Moro) aí… Teori ninguém consegue conversar", diz Machado.

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Sarney, então, sugere o nome do ex-ministro do STJ. "(Cesar Asfor Rocha) tem total acesso ao Teori. Muito, muito, muito, muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com o Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar."