Eduardo Cunha diz que Procuradoria agiu como 'aparelho político'

Após ter nome incluído na lista da Lava Jato, presidente da Câmara usou as redes sociais para desmentir acusações

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Por Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - Confirmado oficialmente como investigado na Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou as redes sociais durante a madrugada para desmentir as acusações e atacar a Procuradoria Geral da República. O peemedebista diz que a peça apresentada pelo procurador ao Supremo Tribunal Federal (STF) é uma "piada" e que o inquérito foi proposto por motivação política. "É mais uma alopragem que responderei e desmontarei com relativa facilidade", escreveu no Twitter.

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: Dida Sampaio/Estadão

Na opinião de Cunha, a PGR agiu como "aparelho visando a imputação política de indícios como se todos fossem partícipe da mesma lama" e considerou "lamentável" ver a instituição se "prestar a esse papel" para que o procurador-geral Rodrigo Janot seja reconduzido ao cargo. "Sabemos exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem denunciar a politização e aparelhamento da PGR", declarou. "Eles estão a serviço de quem? Pelo critério do indício o PGR só será reconduzido se for da vontade do executivo", emendou. As mesmas ponderações foram colocadas em nota na página oficial. Em um longo desabafo, o peemedebista nega que o lobista Fernando Baiano não representava o PMDB da Câmara e do Senado e que o partido não indicou o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele afirma que há vários "absurdos" na peça de Janot. "É uma piada essa peça do procurador e causa estranheza que não tenha me pedido explicações, como aliás sempre foi praxe na PGR", insistiu. Cunha também critica o que ele chama de criminalização da sua doação oficial de campanha sem fazer o mesmo com outros políticos. "É um acinte à inteligência de quem quer que seja", enfatizou. "Imaginem só todas as campanhas majoritárias, incluindo Dilma, Aécio e todas as outras também receberam doações dessas empresas", emendou. Ele questiona os depoimentos após sua eleição para presidência da Câmara e as doações como indícios justificando a abertura de investigação. Entre comentários sobre a peça da PGR e explicações para a acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Cunha afirmou que vinha a público detalhar "vírgula a vírgula dessa indecente petição do PGR, que certamente vai envergonhar muitos dessa respeitosa instituição". O peemedebista destacou que ele e ao senador do PSDB, Antonio Anastasia (MG), querem saber a quem interessa misturar seus nomes "a essa corrupção odienta". Ele voltou a dizer que se colocará à disposição para falar à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

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