Eduardo Campos se reúne com cúpula do PP

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Por Erich Decat
Atualização:

Em meio às discussões por espaços no governo Dilma e composição de alianças para a disputa presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), vem se movimentando entre integrantes da base aliada em busca de apoio para a candidatura presidencial e formação de uma chapa no Estado contra o PT. O governador se reuniu com integrantes da cúpula do Partido Progressista (PP) na última quinta-feira,30, legenda que atualmente integra o arco de aliados do governo federal e aguarda uma definição de Dilma quanto à reforma ministerial.Segundo apurou o Broadcast Político, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, o encontro ocorreu na casa do prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB), município que fica a cerca de 20 km da capital pernambucana, Recife. Além de Eduardo Campos, possível candidato à presidência da República, e do prefeito, estiveram presentes o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PE).No semana anterior da "reunião informal", o senador e o deputado estiveram em Brasília na expectativa de serem chamados pela presidente Dilma para acertarem o espaço do PP na Esplanada. A convocação por parte da petista não ocorreu. Atualmente, o partido ocupa a pasta de Cidades, com Agnaldo Ribeiro. A ideia dos integrantes do partido é indicar o substituto do atual ministro.O presidente de honra da legenda, senador Francisco Dornelles (RJ), chegou a ser sondado pelos integrantes do PP para assumir o posto, mas teria se recusado. Dornelles é tio do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que também deverá entrar na disputa pelo Palácio do Planalto em outubro.No jantar na cidade de São Lourenço da Mata, regado a carne de carneiro e de codorna, Campos aproveitou para sondar o PP sobre a relação com o governo Dilma e a aliança no próximo pleito. O governador ouviu como resposta que a tendência da maioria do partido é acompanhar a presidente no âmbito nacional e que, embora haja movimentações para se antecipar a formalização do apoio, a decisão só deve ser tomada nas convenções do mês de junho.Apesar desse posicionamento em relação à disputa presidencial, no jantar ficou encaminhada uma aliança entre PSB e o PP na disputa pelo governo de Pernambuco e um distanciamento do PT. A ideia inicial é o PSB indicar um nome ao governo do Estado e o PP ficar com a vaga do Senado em que Eduardo da Fonte seria o candidato.Nas últimas eleições municipais de 2012, o PP foi um dos poucos partidos médios que permaneceram com o PT após a "guerra interna" entre os petistas para a indicação do nome na disputa à prefeitura de Recife. Nos cálculos do PP, a briga, além de culminar com a derrota do PT na capital pernambucana, teve reflexos no número de vereadores eleitos pelo PP. Inicialmente, a expectativa era de eleger ao menos quatro vereadores pela legenda, mas no final apenas um conseguiu obter êxito.Procurado pela reportagem, o senador Ciro Nogueira confirmou o encontro com Eduardo Campos. Quanto a uma candidatura de Eduardo da Fonte ao Senado numa chapa estadual apoiada pelo governador Eduardo Campos, o senador afirmou: "Se ocorrer, não será uma disputa, mas praticamente uma nomeação".

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