O senador Edison Lobão (DEM-MA) será o novo ministro de Minas e Energia. Foi o que ele próprio confirmou a um amigo que lhe telefonou para checar a informação de que está deixando o DEM e se mudando para o PMDB para poder atender ao convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e assumir o cargo. Maior aliado do senador José Sarney (PMDB-AP) no Estado do Maranhão, Lobão já havia informado ao amigo e ao governo que não trocaria de partido, mas o Palácio do Planalto decidiu lhe oferecer o cargo de ministro, que estava sendo guardado para eventual retorno do ex-ministro Silas Rondeau, também aliado de Sarney. Com a escolha de Lobão, o presidente Lula estimulou a troca de legenda, o que garantirá ao governo mais um voto a favor da prorrogação da CPMF. Se permanecesse filiado ao DEM, Lobão teria que acompanhar a decisão do partido de rejeitar a prorrogação do "imposto do cheque", porque a Executiva Nacional fechou questão nesse sentido, e a desobediência seria punida com a expulsão. Ao mesmo tempo, o convite a Lobão atende ao PMDB de Sarney, que estava insatisfeito com o governo por causa da demora no cumprimento da promessa de reconduzir Rondeau ao cargo. Como havia uma disputa entre o PT da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o PMDB pelos cargos do setor elétrico, os peemedebistas temiam perder o Ministério de Minas e Energia. Indicado pelo PMDB, o ex-ministro das Minas e Energia Silas Rondeau pediu demissão do cargo no dia 22 de maio, após ser envolvido nas investigações sobre o esquema de desvio de recursos públicos desarticulado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. O ex-ministro é acusado de receber propina da construtora Gautama, pivô do esquema de fraude em licitações públicas, que envolveria o programa Luz para Todos. Enquanto isso, o secretário-executivo da pasta, Nelson Hubner, está no comando do ministério interinamente.