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Edemar nega ser dono de tela apreendida

Quadro ?Hannibal? consta da lista de bens do ex-banqueiro incluídos em alerta da Interpol

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Por Rui Nogueira e BRASÍLIA
Atualização:

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, disse ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, que não é proprietário da tela Hannibal, do artista plástico Jean-Michel Basquiat, avaliada em cerca de R$ 1,5 milhão. A tela, informou ao Estado na quarta-feira o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, foi apreendida nos Estados Unidos porque estava na lista de bens do empresário incluídos no "alerta vermelho" da Interpol. A comunicação da apreensão do quadro foi feita a Corrêa pelo delegado que coordena os serviços da Interpol no Brasil. Em declaração ditada à empresa de assessoria Original 123 Comunicações, Edemar afirmou que "todas as obras que pertenciam à Cid Collection na época do seqüestro dos bens estão guardadas pela Justiça nos diversos museus". Ele não explicou, não entanto, por que a tela faz parte dos bens listados nas investigações da PF e nos documentos do Judiciário. A assessora do Federal Bureau of Investigation (FBI), Denise Ballou, disse ontem que não tinha informações sobre a apreensão do quadro. "Chequei com escritórios regionais do FBI e com a divisão de roubo de obras de arte em Nova York, mas ninguém tem registro dessa apreensão", afirmou Denise. Há uma semana, foi realizada uma grande apreensão de obras de arte na cidade de Waterbury, Connecticut. Segundo Denise Ballou, a apreensão foi feita pela polícia local e o quadro Hannibal pode estar entre as obras de arte encontradas. Um detetive, de nome Tedesco, da polícia de Waterbury, afirmou que iria checar se a tela está entre os mais de 100 quadros achados na residência de um mulher que foi presa. CONDENAÇÃO A reportagem do Estado solicitou uma entrevista com o ex-banqueiro e perguntou à assessoria qual era a explicação para o fato de a tela aparecer nas listas da PF de bens seqüestrados, depois da falência do Banco Santos em 2005 - Edemar foi condenado a 21 anos de prisão por quadrilha e gestão fraudulenta. A reportagem questionou ainda sobre fotos do ex-banqueiro diante do quadro. "O fato de, em algum momento, em 2004, a referida obra ter estado no Brasil, não indica que ele tenha sido seu proprietário", afirmou a assessoria. "Edemar realizou algumas das maiores e mais memoráveis mostras de arte já vistas no País. A tela de Basquiat nunca foi de Edemar e jamais fez parte da coleção de peças seqüestradas pela Justiça. Essa tela não pertence a nenhuma empresa ligada direta ou indiretamente a ele." COLABOROU PATRÍCIA CAMPOS MELLO

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