Ecoglobal processa Petrobras por rescisão de contrato

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Por Fernanda Nunes
Atualização:

A Ecoglobal Ambiental entrou com ação na 19ª Vara Cível, no Rio de Janeiro, na semana passada, pedindo indenização à Petrobras por causa da rescisão de um contrato de R$ 433 milhões. A quebra do contrato foi decidida pela estatal após denúncias de ligação da empresa com o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato. A ação reivindica compensações por perdas e danos e por danos morais. A alegação é de que, sem o contrato com a única empresa com a qual mantinha negócios, a Ecoglobal entrou em estado de insolvência, na qual não tem condições de arcar com as suas dívidas.Segundo o advogado da empresa, Márcio Donicci, a falência ocorrerá à medida que os contratos forem sendo quebrados. Para atender à Petrobras, a Ecoglobal encomendou equipamentos a fabricantes noruegueses, italianos e americanos, disse Donicci. Além disso, a empresa prevê gastos com ações trabalhistas de cerca de 30 funcionários demitidos, dos quais 18 são da área administrativa.O valor da indenização não foi determinado na ação, mas, de acordo com o advogado da Ecoglobal, é possível que alcance o valor do contrato de R$ 433 milhões. Ele não prevê acordo entre a Ecoglobal e a Petrobras, por considerar que essa não é uma medida normalmente adotada pela estatal.A principal argumentação da empresa, que havia sido contratada para prestar serviço de testes de poços, é que a rescisão ocorreu sem fundamento. Após auditoria interna da Petrobras, suspeitou-se da participação acionária de Paulo Roberto Costa na empresa, o que motivou a quebra de contrato. "A Petrobras alegou que a empresa havia dado informações truncadas sobre o quadro societário, o que não é verdade. Quem tem problemas é a Petrobras. Após as denúncias de corrupção envolvendo o Paulo Roberto, nenhum contrato da diretoria de Abastecimento com as grandes empresas foi rescindido. Pagou o pato a fornecedora ''pequeninha''", reclamou Donicci.

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