PUBLICIDADE

''É tudo mentira. Jamais recebi R$ 400 mil''

Entrevista - Carlos Crusius: economista e marido de Yeda Crusius; Ele diz que nenhum governador fez como sua mulher, que ?abriu todas as contas da compra da casa para o Ministério Público?

PUBLICIDADE

Por Elder Ogliari e PORTO ALEGRE
Atualização:

O economista Carlos Crusius, 64 anos, cultivou a discrição na campanha eleitoral de 2006 e durante sua participação no governo da mulher, Yeda Crusius, como presidente do conselho de comunicação, extinto no início do ano. Embora fosse visto sempre entre os integrantes do primeiro escalão, não dava entrevistas sob o argumento de que "marido de governadora não fala". Crusius quebrou o silêncio para rebater o conteúdo de reportagem da revista Veja, segundo a qual teria usado R$ 400 mil captado na campanha da mulher para pagar "por fora" parte do valor da casa que o casal comprou. O sr. pode oferecer uma resposta definitiva às acusações? É tudo mentira. É uma situação contínua e logicamente diabólica em que o casal tem de provar que não existe uma coisa. Jamais recebi R$ 400 mil. Que eu me lembre, nunca um governador fez como a governadora Yeda, que abriu todas as contas da compra da casa, declaração de renda, transações bancárias para o Ministério Público, que passou pente-fino em tudo. Não há mais nada que falar sobre a compra da casa. Quanto ao que saiu na revista Veja, não sei se tem uma fita. Supondo que tenha, quero ver a fita, quero fazer uma perícia, saber onde foi feita a gravação, se as pessoas sabiam que estavam sendo gravadas, se tem interrupções, se foi cortada, se é uma conversa induzida, se é conversa combinada. Tenho certeza que o Marcelo (Cavalcante) seria o primeiro a negar esse troço. Porque ele eu sabemos dessa verdade, que ele nunca deu dinheiro. Em fevereiro, ao fazer denúncias, integrantes do PSOL disseram ter visto o vídeo de uma reunião na qual o senhor estava entre as pessoas que receberam R$ 500 mil da Mac Engenharia (à época, a empresa negou ter feito contribuições). O senhor lembra dessa reunião? Eu nego o fato. Nunca participei de qualquer reunião com a Mac Engenharia ou seja lá quem for, que tenha dado dinheiro. Pode até ser que tenha havido uma reunião, alguma coisa assim, com a presença dessas pessoas, mas jamais uma reunião para (tratar de) dinheiro. Isso é absolutamente falso, é montagem, porque o fato não existiu. Está dizendo que pode existir uma gravação em que o senhor apareça, mas em outras atividades que não as relacionadas à arrecadação, e que poderia estar sendo usada para induzir a outras conclusões? Não tenho nada a esconder. Milhares de reuniões foram feitas durante a campanha, com pessoas que vinham debater, trazer sugestões para o plano de governo e inclusive reivindicar. Houve uma orientação expressa da governadora que só o tesoureiro (Rubens Bordini) recebia contribuições. Tu podias ir a uma empresa e pedir colaboração. Mas o cara (doador) só podia entregar para o tesoureiro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.