''É preciso tratar setor com mais seriedade''

Por Guilherme Scarance
Atualização:

Para Tatiane Dahmer Pereira, integrante da diretoria-executiva da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong), o governo desconhece o universo das entidades sem fins lucrativos e, quando cobrado, toma medidas imediatistas. "Na realidade, a base do problema é a falta clara de critérios de financiamento público, tanto direto quanto indireto", diz. O que a sra. achou da MP 446, editada nesta semana? Na realidade, a base do problema é a falta clara de critérios de financiamento público, tanto direto quanto indireto. Não sabemos se e quais interesses estão por trás dessa atitude, mas o governo, ao desconhecer o amplo universo de organizações sem fins lucrativos, acaba, sempre que tensionado pelo tema de malversação de recursos, adotando medidas que resolvam no imediato as questões pendentes. É preciso tratar com mais seriedade e conseqüência a relação entre Estado e sociedade civil. Há uma série de denúncias sobre irregularidades na certificação. Instância de controle social, como os conselhos, não serve para ser cartório de concessão de certificados. Isso é papel executivo. Quando fica no âmbito do conselho, gera cultura de lobby, corrupção, que desembocou na Operação Fariseu. Vemos com bons olhos que o CNAS deixe de certificar. Como são os procedimentos para a emissão dos certificados? Além de não assegurarem lisura, há excesso de burocratização e pouca fiscalização. Escândalos prejudicam o setor? O que prejudica é a forma como é divulgado. É preciso tomar cuidado para não incorrer em injustiças e generalizações. G.S.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.