É hora de ajudar Andreas, dizem psicólogos

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Por Agencia Estado
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Andreas Albert von Richthofen perdeu a referência de família num dos momentos mais conturbados da vida: a adolescência. Aos 15 anos, o garoto teve os pais assassinados e soube que a mandante do crime é sua única irmã, Suzane. O destino de Andreas e a maneira como ele vai lidar com a situação são incógnitas. Os especialistas acreditam que ele vai precisar de acompanhamento psicológico e apoio familiar. A psicóloga Eliete Belfort Matos define a situação de Andreas como ?desesperante? e acredita que ele terá de encontrar substitutos para as figuras paterna e materna. ?Se ele conseguir identificar o pai e a mãe em um tio ou tia, terá menos dificuldade para superar este trauma violento. Mas se não encontrar ninguém que faça este papel, ficará completamente perdido, já que é na adolescência que mais se precisa de orientação.? A família que resta a Andreas no Brasil ? o tio Miguel Abadalla e a avó Lourdes Magnani Abadalla, ambos por parte de mãe ? poderá dar segurança ao garoto. Andreas deve manter a rotina, diz psicanalista A psicanalista Magdalena Ramos, coordenadora do Curso de Família da PUC de São Paulo, diz que caberá aos familiares manter as atividades de Andreas inalteradas. ?Ele deve continuar indo à mesma escola e aos mesmos locais que freqüentava. Essas referências vão ter papel determinante no processo.? Magdalena explica também que a recuperação do garoto dependerá de como era sua vida. ?Se ele tinha amigos, namorada, atividades extra-curriculares, ele terá um baque inicial, mas depois vai encontrar um novo rumo. Se ele já tinha problemas de relacionamento, porém, o caso fica preocupante pois ele pode parar de estudar e até passar a usar drogas.? Para o professor de Psicologia Analítica da PUC, Silvio José Pilon, Andreas terá de entrar em contato com a realidade para superar a situação. ?A negação do ocorrido é comum. O enfrentamento, com acompanhamento profissional, é mais do que necessário ?, diz. O professor afirma também que será preciso reforçar os valores positivos do garoto e que só assim ele poderá levar sua vida com dignidade. ?É um trauma que oferece dois caminhos: ou a pessoa se torna sofredora para o resto da vida ou consegue se tornar ainda mais humana?, afirma. Para Pilon, Andreas poderá perdoar a irmã. ?Ele pode encontrar o perdão verdadeiro até por intermédio da religião, tudo vai depender do apoio que receber?. A psicanalista Magdalena Ramos também acha possível que Andreas se reaproxime de Suzane. ?Por viver com ela, Andreas poderá entender os motivos que a levaram a cometer o crime?. Acompanhe toda a história nos links abaixo. » Quinta, 31/10: Casal é assassinado no Campo Belo » Para vizinhos, casal era "simpático e reservado" » Sexta, 1/11: Policiais investigam namorado e filha do casal » Segunda, 4/11: Filha do casal depõe pela segunda vez » Terça, 5/11: Polícia volta à mansão do casal assassinado » Quarta, 6/11: Para Polícia, casal foi assassinado por vingança » Quinta, 7/11: Preso o irmão do namorado da filha » Sexta, 8/11: Pedida prisão de suspeito de matar o casal » A Polícia conclui: Suzane, a filha, tramou o assassinato » Assassinos do casal têm prisão provisória decretada» Polícia encontra material furtado da mansão do casal » Suzane era meiga e quieta, dizem colegas » Richthofen era homem-chave do Rodoanel » Matam os pais e não mostram remorso » Especialistas acreditam em "distúrbio mental" » Casal queria mandar a filha para a Alemanha » Sábado, 9/11: "Cheguei a pensar em desistir, mas já não tinha volta", disse Suzane » Sábado, 9/11: Pena de assassinos do casal pode chegar a 50 anos

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