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'É difícil alguém, da noite para o dia, consertar tudo', diz Mourão sobre possível troca na Saúde

Vice-presidente defendeu Pazuello e responsabilizou população pelo quadro atual do coronavírus no País

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Por Pedro Caramuru
Atualização:

O vice-presidente Hamilton Mourão saiu em defesa do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pressionado a deixar o cargo, e insistiu ser "muito difícil alguém, da noite para o dia, conseguir consertar tudo" na atuação do ministério no combate à covid-19.

“A realidade é que a gestão do Pazuello vem sendo muito criticada, muito contestada. Pazuello tem demonstrado resiliência, sei que tem de suportar o peso das críticas. Talvez outra pessoa não suportasse tudo o que ele vem suportando. Tenho muita confiança no Pazuello, o conheço há muito tempo”, disse Mourão. “É muito difícil alguém, da noite para o dia, conseguir consertar tudo.”

Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil Foto: Dida Sampaio/Estadão

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O vice-presidente também atribuiu à população brasileira responsabilidade sobre o quadro que o Brasil enfrenta. “A nossa população não gosta de respeitar regras, não é da natureza do nosso povo. O nosso povo é um povo mais libertário, gosta de circular pelas ruas e de fazer festa. Em um momento em que se tem que passar dois ou três meses sem usufruir desses prazeres da vida, são poucos os que aguentam”, afirmou Mourão. 

Apesar de defender a atuação de Pazuello, Mourão afirmou que o posto de titular da pasta "sempre será um cargo político”, referindo-se a qualquer que seja o substituto do atual ministro. “A gente sabe que no Congresso tem alguns com experiência no Sistema Único de Saúde, o que é, na minha visão, um requisito importante”, afirmou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto. “Tudo depende dos técnicos que a pessoa se cercar.”

Na noite de ontem, Pazuello se viu obrigado a emitir uma nota negando que estivesse deixando o posto. Horas antes, o presidente Jair Bolsonaro havia se reunido com a cardiologista Ludhmila Hajjar, um dos nomes cotados para substituir Pazuello. Em nova conversa com o presidente, na manhã desta segunda, conforme apurou o Estadão, ela rejeitou o convite. Outros três nomes são cotados para a vaga: o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) e os cardiologistas Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, e José Antonio Frachini Ramires, ex-diretor do Instituto do Coração (Incor-SP). 

“Sei que Ludhmila tem competência como médica”, disse Mourão, “não sei como gestora”. Em São Paulo, a cardiologista acompanha a internação do presidente do partido de Mourão, Levy Fidelix, acometido pela covid-19. O vice-presidente reforçou que não tem participado da eventual escolha e disse desconhecer os critérios considerados pelo presidente Jair Bolsonaro.

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