'É abominável essa história de seqüestros',diz Lula sobre Farc

Em Havana, presidente responde pergunta sobre guerrilha capturar pessoas como forma de pressionar governo

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 15,em entrevista nesta capital, que considera "abominável" o seqüestro de seres humanos. A declaração foi feita em resposta a uma pergunta sobre a prática do grupo Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de capturar pessoas como forma de pressionar o governo daquele país.   Veja Também:   Raúl recebe Lula em Cuba; Brasil quer investir R$1 bi Galeria de fotos do resgate das reféns  Assista às imagens da libertação Saiba quem são as reféns Entenda o que são as Farc Cronologia: do seqüestro à libertação   "Fazer com que pessoas inocentes paguem o preço da disputa política não é admissível para qualquer ser humano do mundo. É abominável essa história de seqüestros", declarou Lula. Acrescentou que a manutenção de pessoas em cativeiro "não pode ser feita por nenhum ser humano em juízo perfeito, no mundo."   O presidente brasileiro citou seu caso pessoal de opção por disputar o poder em eleições. "Eu fiz uma opção pela democracia. Construí um partido e, em 20 anos, cheguei à Presidência da República. As Farc fizeram uma opção que já dura 40 anos", disse, referindo-se ao recurso às armas que mantém essa organização em luta com sucessivos governos da Colômbia.   Lula informou que conversou ontem, na Cidade da Guatemala, com os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Colômbia, Álvaro Uribe, que vem travando uma guerra verbal em torno das Farc e da recente libertação de duas reféns pelo grupo armado com mediação do dirigente venezuelano. Lula disse que, depois da conversa com os dois presidentes, acha possível uma reconciliação entre eles. "Eu penso que o sinal das Farc de liberar dois reféns foi um gesto importante. Acho que o Chávez contribuiu, e o Uribe contribuiu, e eu penso que os dois, como chefes de Estado, não podem ficar fazendo cara feia um para o outro", afirmou o presidente brasileiro.   Menos de cinco dias após a libertação das duas reféns, as Farc seqüestraram, ontem, um grupo de turistas colombianos.

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