Para Rui Falcão, PMDB é 'elemento de estabilização'

Presidente do PT minimizou possibilidade de articulação de peemedebistas com tucanos visando um cenário 'pós-Dilma'

Por PEDRO VENCESLAU E ANA FERNANDES
Atualização:

São Paulo - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse nesta terça-feira, 14, ao chegar no ato em defesa da democracia, organizado pelo partido e que ocorre em uma universidade paulistana, que é preciso evitar que a crise política se transforme em crise institucional, como ocorreu no período da ditadura. "A ditadura militar precipitou (a crise) e foram 20 anos de sofrimento. Temos de evitar que a crise política se torne crise institucional."

Apesar do cenário difícil, o presidente do partido minimizou a suposta articulação de peemedebistas com tucanos visando o cenário pós-Dilma. "O PMDB não participou de nenhuma atitude golpista, o partido é um elemento de estabilização." Ainda segundo o dirigente petista, o partido pretende realizar atos externos, além de eventos como o desta terça, que acontece em um anfiteatro de uma universidade da capital paulista. 

Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), durante Ato pela Democracia realizado no auditório da UNINOVE Foto: JF DIORIO /ESTADÃO

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Com a baixa popularidade de Dilma, as dificuldades do cenário econômico do Brasil e as investigações da Lava Jato, que atingem principalmente partidos da base aliada, o governo Dilma passa pela maior crise desde que o PT chegou ao poder. Nesse cenário, a oposição aposta em uma ação contra a campanha da presidente de 2014 no Tribunal Superior Eleitoral e na rejeição das contas do último mandato pelo Tribunal de Contas da União para afastar Dilma do cargo.

Quando questionado se considera possível comparar o momento atual com o período que antecedeu o regime militar, Falcão disse que não porque desta vez não há a participação dos militares. O dirigente petista aproveitou a ocasião para criticar a estratégia do PSDB de pressionar o TSE e o TCU onde tramitam processos que podem culminar na cassação da presidente Dilma Rousseff. "A estratégia do PSDB é golpista", disse Falcão.

'Ano difícil'. Em conversa com jornalistas durante o ato, um dos vice-presidentes nacionais do PT, Jorge Coelho, previu que 2016 será um ano difícil para o partido e disse que se a sigla conseguir manter o mesmo número de prefeituras que conquistou em 2012, "já será uma grande vitória". "Vamos politizar ao máximo as campanhas municipais do ano que vem: 2016 vai ser um ano difícil."

Segundo o dirigente, a disputa em São Paulo será "um divisor de águas para o partido". "Na capital, vamos fazer uma campanha cirúrgica: quadra por quadra, bairro por bairro. Uma campanha de massa não vai resolver." Coelho disse ainda que o PMDB será um parceiro fundamental para os petistas neste pleito. 

O ato desta terça foi organizado pelo Diretório Municipal do PT, com apoio do PC do B e participação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), sindicatos e outras organizações de base. "O ato visa reforçar a união e a defesa do que já tem sido realizado pelas diversas frentes sociais e alertar que a defesa da democracia tem uma base sólida", afirma o vereador e presidente do Diretório Municipal do PT, Paulo Fiorilo.

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