São Paulo - O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse nesta terça-feira, 14, ao chegar no ato em defesa da democracia, organizado pelo partido e que ocorre em uma universidade paulistana, que é preciso evitar que a crise política se transforme em crise institucional, como ocorreu no período da ditadura. "A ditadura militar precipitou (a crise) e foram 20 anos de sofrimento. Temos de evitar que a crise política se torne crise institucional."
Apesar do cenário difícil, o presidente do partido minimizou a suposta articulação de peemedebistas com tucanos visando o cenário pós-Dilma. "O PMDB não participou de nenhuma atitude golpista, o partido é um elemento de estabilização." Ainda segundo o dirigente petista, o partido pretende realizar atos externos, além de eventos como o desta terça, que acontece em um anfiteatro de uma universidade da capital paulista.
Com a baixa popularidade de Dilma, as dificuldades do cenário econômico do Brasil e as investigações da Lava Jato, que atingem principalmente partidos da base aliada, o governo Dilma passa pela maior crise desde que o PT chegou ao poder. Nesse cenário, a oposição aposta em uma ação contra a campanha da presidente de 2014 no Tribunal Superior Eleitoral e na rejeição das contas do último mandato pelo Tribunal de Contas da União para afastar Dilma do cargo.
Quando questionado se considera possível comparar o momento atual com o período que antecedeu o regime militar, Falcão disse que não porque desta vez não há a participação dos militares. O dirigente petista aproveitou a ocasião para criticar a estratégia do PSDB de pressionar o TSE e o TCU onde tramitam processos que podem culminar na cassação da presidente Dilma Rousseff. "A estratégia do PSDB é golpista", disse Falcão.
'Ano difícil'. Em conversa com jornalistas durante o ato, um dos vice-presidentes nacionais do PT, Jorge Coelho, previu que 2016 será um ano difícil para o partido e disse que se a sigla conseguir manter o mesmo número de prefeituras que conquistou em 2012, "já será uma grande vitória". "Vamos politizar ao máximo as campanhas municipais do ano que vem: 2016 vai ser um ano difícil."
Segundo o dirigente, a disputa em São Paulo será "um divisor de águas para o partido". "Na capital, vamos fazer uma campanha cirúrgica: quadra por quadra, bairro por bairro. Uma campanha de massa não vai resolver." Coelho disse ainda que o PMDB será um parceiro fundamental para os petistas neste pleito.
O ato desta terça foi organizado pelo Diretório Municipal do PT, com apoio do PC do B e participação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), sindicatos e outras organizações de base. "O ato visa reforçar a união e a defesa do que já tem sido realizado pelas diversas frentes sociais e alertar que a defesa da democracia tem uma base sólida", afirma o vereador e presidente do Diretório Municipal do PT, Paulo Fiorilo.