Duque atuou como defensor e ''porta-voz'' de Sarney

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Por Leandro Colon
Atualização:

Eleito para presidir o Conselho de Ética, que julgará os processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) foi o principal defensor do presidente da Casa 20 dias dentro do plenário. Na opinião dele, Sarney é "diferente" dos outros senadores. "Só esse serviço que ele prestou ao Senado o torna diferente entre os outros senadores", afirmou Duque na sessão de 25 de junho. Naquele dia, Duque recebeu a missão do PMDB para ler a nota divulgada por Sarney sobre reportagem do Estado referente à ligação de um neto do presidente da Casa, José Adriano Cordeiro Sarney, na venda de empréstimos consignados entre os servidores por meio da empresa Sarcris. Duque também leu a resposta do neto. O senador agora preside o Conselho de Ética, que vai analisar, entre outras coisas, essa denúncia contra Sarney. Há três semanas, Duque não poupou palavras de elogios ao colega. "Eu não vejo motivo nenhum para que o atual presidente se afaste, em uma coação política eventual. Ele que criou a TV Senado, que permite que hoje eu esteja me dirigindo não a meia dúzia de senadores, mas, sim, a todo o povo brasileiro. Graças a um homem chamado presidente José Sarney, que criou isso em 1995", afirmou. "A tese (de afastamento) tão bem exposta aqui é uma tese com a qual eu não concordo", disse. Na defesa de Sarney, Duque prosseguiu. "Existe um regimento interno nesta casa prevendo todas as situações. Se existe esse regimento com as regras do jogo, dizendo quem pode fazer o quê, não vejo motivo para se inventar agora, por exemplo, o plenário eleger o diretor-geral da Casa." Boa parte dos senadores queria que o plenário passasse a eleger o diretor, para que a decisão colegiada evitasse a concentração de poderes excessivos nas mãos de alguns poucos senadores e funcionários. Na condição de senador mais velho, Duque deu algumas lições. "Foi para isso que o plenário votou uma Mesa Diretora", argumentou.

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