Dulci nega paralisia no governo

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Por Agencia Estado
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"Paralisia? De modo nenhum." Essa foi a reação do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, ao ser perguntado, na entrevista que deu ao Jornal das Dez, da Globo News sobre se o escândalo Waldomiro Diniz não deixará o governo Lula prostrado, e sem iniciativas concretas no campo administrativo. "O PT é um partido que já teve crises, porque nós fomos sempre vidraça", disse Dulci, ao lembrar episódios em que seu partido foi acusado injustamente, entre outros o de ter participado do sequestro do empresário Abílio Diniz, às vésperas do pleito presidencial de 1989, vencido por Fernando Collor. "Tivemos os nossos mortos nos anos 80, como Chico Mendes e tantos outros. Tivemos os nossos mortos recentes, Toninho, prefeito de Campinas; Celso, de Santo André. Ou seja, o PT sempre foi incisivo contra os adversários, mas sempre apanhou muito. Então, nós estamos habituados a enfrentar e superar crises." Abalo no Planalto O secretário-geral da Presidência, reconheceu, porém, que o caso Diniz deixou o Palácio do Planalto abalado. "Nós não subestimamos o problema. Seria estranho se não ficássemos abalados com um erro desse tipo, um fato isolado de um funcionário específico, mas que era subchefe de Assuntos Parlamentares. Nós não subestimamos o problema, mas o corrigimos imediatamente e queremos tirar a lição para que isso nunca mais se repita, porque o PT é um dos partidos que mais contribuiu para a moralidade republicana no Brasil." Política econômica Dulci procurou minimizar as críticas contidas na nota do diretório nacional petista à política econômica conduzida pelo ministro Antonio Palocci. "No governo do presidente Lula não tem política de ministro, a política é de governo, a política é do presidente Lula. Todos nós defendemos a política de governo." Explicou que, no ano passado, a política adotada visou a superar a crise econômica "herdada do governo anterior", com a recuperação da estabilidade e com a criação de condições para o crescimento sustentado da economia. Luis Dulci acentuou que a economia já começou a crescer no último trimestre de 2003, e se projetado, o crescimento será significativo em 2004. "Os dados mostram que a produção industrial está crescendo há cinco meses consecutivos. A produção de bens de capital cresceu 4,5% no mês passado, o que é um indicador de investimento." Crescimento com estabilidade Segundo Dulci, na visão do governo e, por conseqüência, da equipe econômica, o importante é o crescimento com estabilidade. "Nós não queremos que o País cresça com inflação alta. Não queremos que o País cresça sem a responsabilidade fiscal. Não teria valido a pena o tremendo esforço do ano passado para recuperar a estabilidade, se nós agora fossemos abrir mão dela para crescer. A posição substantiva do PT corresponde aquilo que o presidente Lula, o ministro Palocci e todo o governo defende?. Dulci afirmou que o governo tem política de fazer o País crescer com estabilidade. ?Nós não queremos uma bolha de crescimento. Então, é crescer com estabilidade, com inflação baixa. As duas coisas têm importância equivalente."

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