BRASÍLIA - Autor da polêmica emenda apresentada ao projeto conhecido como Ficha Limpa, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) garante que não quis privilegiar ninguém ao deixar claro que as novas regras de inelegibilidade não atingem os políticos já condenados. Ele refuta as acusações de que teria agido a pedido de seu correligionário Paulo Maluf (PP-SP) que agora, segundo avaliam deputados, poderá se candidatar sem problemas nas eleições de outubro, depois da mudança promovida no Senado.
O senhor fez essa emenda a pedido de alguém? Fala-se que o senhor teria feito isso a pedido deputado Paulo Maluf.
Eu tenho cara de malufista? Até gosto do Maluf pessoalmente. Mas estava lá para derrotá-lo no colégio eleitoral e apoiar o Tancredo Neves.
Ninguém pode personalizar uma emenda. Por que o senhor apresentou essa emenda?
Foi uma emenda exclusivamente de redação para unificar a linguagem, que em nada muda o sentido do projeto. Lamento profundamente que, ao invés de comemorar e festejar esse projeto, estejam querendo dar a uma emenda de redação o sentido que ela não tem. A mudança feita no Senado na lei vai permitir que mais políticos com ficha suja não sofram as sanções previstas na legislação? Não vou discutir o sentido do dispositivo. Só posso dizer que se eles ficarem livres não foi por causa da emenda, que é puramente de redação.
O senhor acha que a polêmica em torno dessa emenda pode vir a prejudicar sua imagem, caso o senhor venha a ser vice na chapa presidencial do tucano José Serra?
É um assunto que eu não comento. É especulação.