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Dormir pouco pode levar a problema hormonal, mostra estudo

Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que nível de testosterona cai em ratos que não conseguem dormir

Por Agencia Estado
Atualização:

Quatro dias sem dormir e os níveis de testosterona, o hormônio masculino, caíram. Essa foi a constatação de uma experiência realizada com ratos machos na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O resultado pode ser um alerta para homens que trabalham durante a noite, modificando o ritmo normal de sono. Nos homens, queda da testosterona provoca desinteresse sexual, depressão, fadiga crônica e desenvolvimento de gordura abdominal. Para estudar os efeitos da privação de sono sobre os hormônios, os pesquisadores avaliaram 40 ratos. Metade dos animais era formada por jovens, de 3 meses de idade. A outra metade era de ratos idosos, com 22 meses. Dez dos ratos jovens continuaram com a rotina normal - é o chamado grupo controle. Os outros dez foram privados de sono. A mesma divisão foi feita com os animais mais velhos. Experiência Os ratos que não podiam dormir foram colocados em tanques cheios de água, com pequenas plataformas para descanso. Dez ratos dividiram um tanque com 14 plataformas. Quando se cansa de nadar, o rato procura descanso em uma plataforma. Ao pegar no sono, o animal cai na água e acorda. Ao final dos quatro dias da experiência, todos os ratos passaram por exames de dosagem de testosterona. "Enquanto os animais jovens do grupo controle tinham 371 nanogramas de hormônio por decilitro de sangue, os que não dormiram tinham 115", diz a biomédica Monica Levy Andersen, umas das pesquisadoras da equipe. A redução também foi observada nos ratos idosos. Os do grupo de controle tiveram 176 nanogramas de testosterona por decilitro de sangue. Nos privados de sono, o nível do hormônio foi de apenas 47,7. Os pesquisadores ainda não sabem explicar por que a redução ocorre. "Uma hipótese é que o stress seja responsável pela queda dos níveis de testosterona", explica Monica. Não dormir é uma situação de stress para o organismo. O próximo passo da equipe da Unifesp é analisar a influência da privação do sono em seres humanos. "Queremos dosar os níveis de testosterona em homens que deixam de dormir por causa do trabalho e comparar os resultados com as dosagens daqueles que não têm o sono alterado." O endocrinologista João Lindolfo Borges explica que stress físico e emocional diminui o nível de hormônios que controlam a produção de testosterona.

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