Doria anuncia ministros Rossieli Soares e Sérgio Sá Leitão como secretários

Governador eleito de São Paulo escolheu os atuais ministros da Educação e da Cultura do governo Michel Temer para compor sua administração em 2019

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Foto do author Renata Cafardo
Foto do author Pedro  Venceslau
Por Renata Cafardo e Pedro Venceslau
Atualização:

Um dia depois de confirmar o nome do atual ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), para a Casa Civil de seu governo, o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta terça-feira, 6, mais dois integrantes do governo Michel Temer (MDB) para compor seu secretariado. 

Desta vez, o tucano convidou o ministro da Educação, Rossieli Soares, para comandar a Secretaria da Educação do Estado. Já Sérgio Sá Leitão, que comanda a área de Cultura no governo federal, vai assumir a pasta no secretariado paulista – que será rebatizada como Secretaria da Cultura e Economia Criativa. A notícia foi antecipada pelo estadão.com.br

O governador eleito de São Paulo, João Doria, ao lado de Rossieli Soares e Sérgio Sá Leitão, seus futuros secretários Foto: Pedro Venceslau/Estadão

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“São Paulo é uma nação. O Estado pretende ter essa visão global e ampla de gestão. Não vamos pensar pequeno. Vamos pensar grande”, disse Doria, quando questionado sobre o que motivou a escolha de remanescentes da Esplanada dos Ministérios. 

O governador eleito também se reuniu no começo da semana com o atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, mas não confirmou se fez a ele um convite para integrar sua equipe de governo. No ano passado e no início de 2018, Doria foi um dos principais interlocutores entre o presidente Temer e o PSDB. O tucano, porém, se afastou do Palácio do Planalto durante o processo eleitoral e, no segundo turno, colou sua campanha a de Jair Bolsonaro (PSL). 

Na última reunião da executiva nacional do PSDB, no dia 9 de outubro, o ex-governador Geraldo Alckmin, presidente da sigla, interrompeu a fala de Doria por duas vezes e o chamou de “Temerista”.

Antes do ministério, Rossieli Soares foi secretário de Educação de Amazonas e secretário da Educação Básica durante a gestão de Mendonça Filho no MEC. Na entrevista coletiva desta terça-feira, Doria ressaltou a “relação estreita” de Rossieli com “o grande ministro Mendonça Filho”, que é um dos principais quadros do DEM. 

Em São Paulo, Rossieli terá o desafio de melhorar a aprendizagem das crianças e adolescentes, cujos resultados de avaliações têm ficado abaixo de Estados com menos recursos. Nos resultados deste ano do Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb), o ensino médio público paulista aparece apenas na 7.ª e na 11.ª posições no ranking de Português e Matemática, respectivamente. Fica abaixo de Estados com menor nível socioeconômico como Rondônia e Mato Grosso do Sul. 

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Especialista em educação, Mozart Neves, que era cotado para o cargo de secretário paulista e agora estaria entre os nomes para o ocupar o MEC no governo Bolsonaro, vai presidir um conselho que acompanhará o trabalho da Secretaria de Educação. Ele atuará ao lado de Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, que também estará no conselho. 

Sérgio Sá Leitão chegou a titular do MinC com apoio do MDB, embora não seja filiado ao partido. Ele foi secretário municipal de Cultura do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) e diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Doria classificou Sá Leitão como o “pacificador” do Ministério da Cultura. 

O futuro secretário estadual disse que um dos seus objetivos na pasta será fortalecer as atividades culturais sob os aspectos social e econômicos. Sá Leitão afirmou ainda que os equipamentos culturais do Estado serão geridos por meio de organizações sociais. 

Rodrigo Garcia comandará equipe de transição

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O vice governador eleito, Rodrigo Garcia (DEM), se reuniu nesta terça-feira, pela primeira vez, com o governador Márcio França (PSB) para tratar da transição em São Paulo. O pessebista definiu que a primeira reunião dos representantes das duas partes ocorrerá apenas daqui a uma semana, o que frustrou as expectativas de aliados de Doria. O governador sequer definiu quem indicará para o processo de integração. 

Já Doria escalou Garcia, seu ex-chefe de gabinete, Wilson Pedroso, o deputado estadual Marco Vinholi (PSDB) e o coordenador de plano de governo, Milton Santos, para representá-lo na transição. Serão criados cinco grupos de trabalho com membros da atual e futura administração: gestão fiscal, segurança, saúde, educação e mobilidade.

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