Doria já vira opção para evangélicos em 2018

Pastores afirmam que candidatura de atual prefeito de SP à Presidência poderia ser apoiada pelo grupo

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Por Isadora Peron
Atualização:

BRASÍLIA - A possibilidade de o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ser candidato à Presidência em 2018 tem agradado a um setor importante: os evangélicos. O tucano é apontado por líderes do segmento como um bom nome para a disputa, já que reuniria as “qualidades necessárias” para conquistar o voto dos religiosos, que hoje representam 30% da população.

“Ele é um cara de família. Tem um família ajustada. Isso é importante para nós. Muito pastor tem prestado atenção neste cara. E não é só pastor de São Paulo, é de todo o Brasil”, diz Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

João Doria se aproximou de comunidade evangélica Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

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Malafaia é um dos maiores entusiastas da candidatura de Doria. Ele afirma que o prefeito tem mais chance de conquistar o apoio da comunidade evangélica do que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). “Não acho que o Bolsonaro esteja preparado para ser presidente. Não basta ser honesto.”

Presidente da Frente Evangélica da Câmara, o deputado Takayama (PSC-PR) confirma que o nome do prefeito tem sido visto com entusiasmo. “Se não houver nenhuma candidatura que se enquadre melhor no perfil do evangélico, acredito que o Doria pode ser um bom candidato.”

O bispo Robson Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra, aprova eventual candidatura do tucano e diz acreditar que o fator “novo” vai prevalecer em 2018.

Divergências. Eventual apoio a Doria nas próximas eleições, porém, não é unanimidade. Um dos principais partidos que representam a comunidade evangélica, o PSC, deve lançar candidato próprio. “Ainda não dá para falar em nomes, mas teremos candidato”, diz o presidente do partido, Pastor Everaldo, que disputou a Presidência em 2014.

Líder da Igreja Fonte da Vida, o apóstolo César Augusto diz acreditar que, apesar de haver um ambiente propício para o “novo” na disputa, esse nome não será Doria, que está no primeiro mandato no Executivo. “Seria um pulo muito alto”, afirma. Ele diz ainda não entender como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político de Doria, não sobe nas pesquisas. “É uma pessoa que já tem experiência. Ele ainda é uma esperança.”

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Desde que assumiu a Prefeitura de São Paulo, Doria tem se aproximado do segmento. Ele criou uma espécie de “assessoria religiosa” para auxiliá-lo, tem participado de cultos e mantido encontros com líderes evangélicos. O tucano, porém, nega que tenha intenção de disputar a Presidência.