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Doria diz que portas do PSDB estão abertas para general Santos Cruz

Em evento 'Estadão Summit Brasil - O que é poder?', governador de São Paulo afirma que 'novo PSDB' mantém posição crítica em relação ao governo federal e não tem problema em criticar o que Jair Bolsonaro fizer de errado

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Foto do author Francisco Carlos de Assis
Foto do author Iander Porcella
Por Carla Bridi , Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e Iander Porcella (Broadcast)
Atualização:

O governador de São Paulo, João Doria, deixou as portas do PSDB abertas para o general Santos Cruz, ex-ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro. Questionado sobre se o general seria um bom nome para integrar o quadro do partido, Doria disse que tem “uma ótima relação” com o ex-ministro. “Respeito muito o general Santos Cruz e seria sim um grande nome”.

“Respeito muito o general Santos Cruz e seria sim um grande nome”, afirmou Doria Foto: Felipe Rau / Estadão

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Ao ser perguntado se um convite já teria sido feito ao ex-ministro, Doria negou. “Mas fica aqui desde já publicamente, se ele desejar, será bem vindo”, ressaltou. “É um grande nome, um general preparado com uma boa formação. Convivi com ele no curto período em que esteve a frente de seu ministério no governo Bolsonaro. As portas do PSDB estarão abertas a ele”.

Santos Cruz não seria o primeiro integrante do governo Bolsonaro a se alinhar aos tucanos. O ex-presidente do PSL, Gustavo Bebianno, expulso no início do ano após pressão da ala bolsonarista do partido, integrou o PSDB recentemente.

“Isso não quer sinalizar nada. Não significa nenhum alinhamento contraditório (ao governo). Bebianno será filiado ao PSDB do Rio, já que ele é um ótimo advogado e tem experiência na política”.

'Novo PSDB'

Doria disse ainda que o “novo PSDB” mantém posição crítica em relação ao governo federal e não tem problema em criticar o que Jair Bolsonaro fizer de errado.

“A melhor economia do Brasil é uma economia liberal, que valoriza o capital privado, que compreende que um Estado menor é mais eficiente. Estado não pode ser onipresente", disse Doria Foto: Felipe Rau / Estadão

Apesar de ter criticado “excessos verbais” por parte do governo, sem citar diretamente Bolsonaro, Doria disse que não quer “estabelecer o contraponto em relação ao governo Bolsonaro”. “Precisamos de menos excessos, mais diálogos”, disse o governador tucano durante o evento Estadão Summit Brasil  - O que é poder?, em São Paulo.

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Doria criticou a polarização política no Brasil e disse que um líder deve ter discernimento, equilíbrio e respeitar as liberdades. “Não há democracia sem contraditório. Do autoritarismo nós queremos distância”, disse ele, acrescentando que os extremos são nocivos ao País.

O governador afirmou também que o “novo PSBD”, liderado pelo presidente do partido Bruno Araújo, é um partido focado no liberalismo democrático, de centro, e que respeita o diálogo com a esquerda e com a direita. “PSDB de hoje toma decisões, toma partido. Mas nossa posição não é o antagonismo pelo antagonismo”.

Contra reeleição

João Doria disse que é contra a reeleição, que não tentará um segundo mandato à frente do governo do Estado de São Paulo e que defende uma reforma política no Brasil.

Doria elogiou o ministro da Economia, Paulo Guedes, que também participa do evento Foto: Felipe Rau / Estadão

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"Vamos fazer a reforma política. Sou a favor de uma reforma política que permita apenas uma eleição com mandatos de 5 anos. Defendo também que essa reforma política coloque o voto distrital misto, em uma proporcionalidade correta", disse o governador tucano no evento.

Ao ser questionado se será candidato a presidente nas eleições de 2022, Doria respondeu que "o Brasil não pode discutir eleições presidenciais 3 anos antes". "Não é hora desse debate, é hora de gestão", disse Doria.

Sobre as críticas do presidente Jair Bolsonaro à eleição do peronista Alberto Fernández para a presidência da Argentina no domingo, Doria defendeu o diálogo, o entendimento comercial e a "capacidade de exercer a diplomacia". "Temos que respeitar. Não podemos virar as costas para a Argentina, nem estigmatizar a Argentina. Não se questiona a eleição", afirmou o governador.

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