
27 de junho de 2017 | 17h26
RIO - Em consonância com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito João Doria (PSDB), disse nesta terça-feira, 27, que a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva, com base na delação da JBS, não é motivo para que o partido deixe, neste momento, o governo peemedebista. Ele afirmou que os deputados tucanos votem de forma fechada quando o assunto chegar à Câmara. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no entanto, defende renúncia de Temer da Presidência.
“É uma decisão que cabe à Executiva Nacional do PSDB. Não faz sentido ter uma Executiva e ela ser inutilizada, sobretudo num momento crucial, de uma decisão política que tem que ser bem pensada”, disse Doria, no Rio de Janeiro, citando a presença de quatro ministros tucanos na gestão Temer.
“A minha posição e a do governador Geraldo Alckmin é de que temos que proteger e amparar o Brasil. Não estamos aqui para proteger o governo Temer. É preciso ter responsabilidade, ponderação e equilíbrio. O quadro se agravou, é uma realidade”, declarou o prefeito, que ressaltou o direito à “plena defesa” do presidente.
No Rio, onde esteve para participar do evento “E agora, Brasil?”, promovido pelo jornal O Globo, Doria disse que Alckmin “tem a preferência” no PSDB para concorrer à Presidência da República em 2018. “Não sou candidato a nada. Alckmin está há 12 anos como governador. É um homem honesto, decente, tem vida modesta, boto a mão no fogo por ele.”
Ele pontuou que o assunto só deve entrar em pauta em “outubro ou dezembro”, e não agora, como defende o presidente de honra da legenda, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Provocado por colunistas do Globo sobre o que faria no campo da economia na condição de presidente, disse que a Petrobrás deve ser “gradualmente privatizada”, com redução da participação da União no controle da empresa, e que o País não precisa de dois bancos estatais (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), apenas um.
Doria reiterou que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) deve deixar o comando do partido, por causa dos nove inquéritos dos quais é alvo no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele está licenciado do posto na legenda desde o vazamento de gravações do empresário Joesley Batista que revelaram suposto pedido propina.
“Até para a sua própria proteção, ele deveria afastar-se da presidência do partido, não do partido, e permitir e estimular a votação para eleger uma nova Executiva. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tem todas as condições de prosseguir, mas não mais como temporário, e sim presidente eleito do PSDB”.
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