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Doria critica gestões tucanas e fala em acabar com 'velha política'

Em discurso durante a posse, novo governador de SP prometeu amplo programa de privatizações

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Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman e Fabio Leite
Atualização:

Em discurso durante posse na Assembleia Legislativa de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) prometeu acabar com a chamada "velha política" e, em recado indireto às gestões anteriores do PSDB, declarou que é preciso parar de "pensar pequeno".  "São Paulo vai mudar, agora tem comando", afirmou o governador.

"A população quer um governo eficiente, um governo de resultados. São Paulo precisa resgatar a sua paixão por fazer bem feito e vamos pensar São Paulo grande. Chega de pensar pequeno aqui. Nós não vamos pensar pequeno em São Paulo", declarou o tucano. Doria destacou que respeita a história do partido, mas defendeu uma reestruturação da legenda. "Vamos ajudar o PSDB a estar sintonizado com o Brasil."

Cerimônia de posse do novo governador de São Paulo, João Doria Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Ele prometeu executar um amplo programa de concessões e privatizações "sem medo de cara feia, sem medo de bandeiras vermelhas" e afirmou que vai governar sem medo daqueles que estão "na cadeia". João Doria se elegeu com a promessa de endurecer o combate à criminalidade e a facções criminosas.

"De cara feia, eu aprendi com meu pai, não tenho medo nem dos que estão no Legislativo nem dos que estão fora do Legislativo e nem daqueles que estão na cadeia porque, a partir de agora, São Paulo vai mudar, tem comando e o comando será exercido pelo governador eleito do Estado de São Paulo."

Apesar de afirmar não ter medo de "cara feia e bandeiras vermelhas", Doria fez uma fala de conciliação ao prometer dar um tratamento igual a aliados e a opositores na administração. "Serei governador dos que votaram em nós e dos que não votaram." O novo governador declarou que o Estado, a partir de agora, não será governado por partidos e políticos, mas pelo povo "com os partidos e com os políticos". 

Em relação a ex-governador Geraldo Alckmin, Doria fez apenas uma breve menção durante o seu discurso na Assembleia. Ele afirmou que vai promover mudanças no PSDB, mas não desrespeitaria a história construída pelo ex-governador e outros tucanos históricos o senador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Doria reforçou apoio a Bolsonaro

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Durante o discurso, Doria reforçou seu apoio ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, e se colocou como interlocutor do PSDB junto ao futuro governo.

"O nosso governo não vai virar as costas para o Brasil. O nosso governo vai ajudar o Brasil. Vamos apoiar as iniciativas do presidente Jair Bolsonaro, todas que promovam o progresso do Brasil", declarou o tucano. O novo governador declarou apoio às reformas da Previdência e fiscal e à manutenção da reforma trabalhista, além de privatizações.

O tucano defendeu a redução da maioridade penal para 16 anos e o fim das chamadas "saidinhas" em presídios e penitenciárias. Em São Paulo, declarou, "bandido vai cumprir a pena na cadeia trabalhando".

Para a posse, o plenário da Assembleia foi ocupado por aliados. Com a ausência de deputados de oposição, Doria disse que a função dos parlamentares é a de ajudar o Executivo. "É a democracia, faz parte", declarou.

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