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Doria afirma que ‘desistência’ da candidatura à Presidência foi estratégia política

Movimento do agora ex-governador fez com que presidente do PSDB se manifestasse em apoio ao resultado das prévias

Foto do author Adriana Ferraz
Foto do author Pedro  Venceslau
Por Adriana Ferraz e Pedro Venceslau
Atualização:

O agora ex-governador João Doria (PSDB) afirmou a jornalistas ao final de seu discurso de despedida que as notícias sobre sua eventual desistência à disputa da Presidência da República foram uma “estratégia política”. Segundo o tucano, houve um planejamento prévio para que o presidente do partido, Bruno Araújo, tivesse de se manifestar publicamente em apoio a seu nome.

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“Diria que foi um comportamento estratégico. Isso faz parte da vida política também, ter estratégia para poder construir caminhos e solidificar esses caminhos. Não se pode agir apenas emocionalmente, a política exige raciocínio e eu aprendi a ter raciocínio no setor privado. Isso (o boato de que desistiria) foi para fortalecer a nossa candidatura e o PSDB”, disse Doria.

Ao negar que desistiria da disputa, o presidenciável falou em planejamento. “Houve um planejamento para que pudéssemos ter aquilo que conseguimos, o apoio explícito do PSDB a partir de seu presidente, Bruno Araújo. A carta que ele assinou hoje não deixa nenhuma dúvida nem agora nem depois. O PSDB elegeu, em processo democrático das prévias, um candidato. Não há questionamento, não há golpe possível”, afirmou em referência a Eduardo Leite, que renunciou ao governo do Rio Grande do Sul na segunda, 28, colocando-se como opção ao partido.

Doria afirmou que notícias sobre sua eventual desistência à disputa da Presidência da República foram uma “estratégia política” Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A manobra, considerada arriscada por muitos, foi exaltada por aliados presentes no bna tarde desta quinta, 31. “Doria deu um xeque-mate no PSDB hoje e tem agora uma carta que garante sua candidatura. O grupo que tenta puxar o tapete dele passou por uma desratização”, disse a deputada federal Joice Hasselmann (PSDB) ao Estadão.

Outro ex-bolsonarista, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB) seguiu na mesma linha. “O partido precisava de um chacoalhão para entender o que está acontecendo. Eduardo Leite está forçando a barra”, disse. 

Na carta, Bruno Araújo reafirma que João Doria foi escolhido democraticamente, por meio de prévias, como candidato do partido à Presidência da República e ressalta que o processo será respeitado pela sigla. “O governador (Doria) tem a legenda para disputar a Presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido. Aproveito a oportunidade para reafirmar o compromisso do PSDB com o processo democrático brasileiro.”

Ao comentar o teor da mensagem, Doria afirmou à imprensa que Araújo deixou claro que não há como se negar o resultado das prévias. Isso seria admitir que o PSDB se tornou um partido golpista e o PSDB não é um partido golpista.” 

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Em recado direto a Leite, afirmou: “Quem dá golpe é ditadura, governo autoritário. Aliás, hoje é dia 31 de março, o dia do golpe militar. Então, quero lembrar ao Eduardo Leite que não caminhe por essa linha. Trabalhe pelo seu Estado, você tem muitas oportunidades ainda para percorrer. Não queira se associar aqueles que gostam de golpear, de usurpar e até de roubar.”

Doria diz que manterá ‘bom diálogo’ com Moro

Ao comentar sobre os próximos passos de sua pré-campanha, Doria fez questão de citar a desistência do ex-juiz Sérgio Moro de concorrer ao Planalto. Ao trocar o Podemos pelo União Brasil nesta quinta, Moro anunciou que, neste momento, abre mão da disputa. Segundo dirigentes da sigla, ele vai disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.

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“A partir de agora vamos dialogar com outros partidos, como temos já feito. Isso não irá começar agora, só será fortalecido nessa nova etapa das eleições presidenciais. Esse jogo de xadrez agora se compõe de uma maneira mais clara. Sérgio Moro agora é candidato a deputado federal. Será eleito e bem eleito. É uma pessoa importante, significativa e será um grande influenciador das eleições presidenciais. Nós temos um bom diálogo e vamos manter, especialmente agora que ele está no União Brasil.”

Doria completou dizendo que Lula e Bolsonaro devem se preocupar. “Ganhamos tração e ganhamos força. Temos agora um afunilamento dessa chamada terceira via para formar a melhor via, para vencer as eleições com propostas reais.”

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