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Doleiro suíço comanda rede, aponta apuração

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Por Fausto Macedo
Atualização:

Kurt Paul Pickel, suíço naturalizado brasileiro, não é apenas um doleiro, afirma a Polícia Federal. A Operação Castelo de Areia coloca Pickel no topo de suposta organização criminosa montada para complexo esquema de lavagem de dinheiro, a partir de fraudes em licitações, superfaturamento de obras públicas e evasão de divisas. "Dentre os doleiros atuantes no esquema, Kurt se revelou como o elo entre os diretores da Camargo Corrêa e os demais doleiros, sediados no Brasil, no Uruguai e na Europa, com os quais mantinha estreita comunicação e acompanhamento da contabilidade das operações de câmbio ilegal", afirma a Procuradoria da República. Documentos nos autos da investigação policial indicam transferências bancárias internacionais por parte dos diretores da empreiteira, com a intermediação principal de Kurt, tendo como destino Alemanha, Suíça, Israel, Angola e China. Tais remessas, assinala a PF, eram fechadas "à margem de qualquer controle por parte das autoridades brasileiras". Os investigadores destacam que o alvo "reconhecidamente trabalha com remessas para o exterior, cabendo ressaltar que por anos trabalhou no banco suíço UBS, tendo conhecimento sobre operações bancárias e movimentações no exterior". A PF destaca que Pickel foi identificado em grampos como "coordenador do fluxo de elevados valores enviados fraudulentamente ao exterior por ordem dos diretores da Camargo Corrêa". Segundo os investigadores, Pickel "simula através de declaração à Receita a venda de jóias na Suíça e afirma ter a propriedade de obras naquele País como forma de justificar seu patrimônio e ?branquear? a entrada de dinheiro no Brasil".

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