PUBLICIDADE

Dois PMs do conflito em PE integram milícia, acusa MST

PUBLICIDADE

Por Angela Lacerda
Atualização:

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) divulgou nota hoje em que acusa dois policiais militares de fazerem parte de uma "milícia armada" para proteger a Fazenda Consulta, em São Joaquim do Monte, no agreste pernambucano, onde quatro seguranças foram mortos a tiros por trabalhadores sem-terra no sábado passado. Em resposta à acusação, a Polícia Militar de Pernambuco (PM-PE) sustentou, em comunicado, que o objetivo do MST é "retirar a atenção do fato de que integrantes desse movimento participaram de homicídios." O MST está no centro de uma polêmica que já envolveu manifestações de várias entidades desde ontem, quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou considerar "ilegal" o repasse de verbas públicas a movimentos sociais que invadem terras. De acordo com o MST, no episódio da Fazenda Consulta, dois policiais militares, Gercino João de Oliveira e José Milton da Silva, responsáveis por recolher as armas dos pistoleiros (quando a PM foi acionada para evitar conflito durante desapropriação na área), figuram entre os "pistoleiros" contratados para evitar que as famílias sem-terra retornassem para retomar a produção agropecuária iniciada por eles no local desde 2002. A PM afirma que apenas Gercino João de Oliveira é policial militar, enquanto José Milton da Silva é um cidadão civil. Alega também que os dois são testemunhas da chacina e ajudaram na prisão dos autores dos disparos - dois sem-terra foram presos e dois ainda continuavam foragidos até o fim da tarde de ontem. A PM informou, no entanto, que fará uma investigação "como forma de transparência da instituição" e ressaltou que todos os atos da PM na área são acompanhados pelo Ministério Público do Estado. Para a Polícia Militar, "acusações desprovidas de provas", como estas (do MST), servem somente àqueles que buscam tumultuar as investigações." O texto é assinado pelo assessor de comunicação social, major Leonardo da Silva Tavares, que afirma que a PM cumpriu pacificamente o nono Mandado de Reintegração de Posse da propriedade por determinação da Justiça, sem registro de nenhuma ocorrência.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.