Dois novos produtos ajudarão no combate à dengue

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Por Agencia Estado
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O arsenal contra o mosquito da dengue acaba de ganhar duas novas armas. São dois bioinseticidas um desenvolvido pela empresa Bthek Biotecnologia, de Brasília, em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e outro pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Far-Manguinhos), da Fiocruz, no Rio. Ambos usam a bactéria Bacillus thuringiensis como princípio ativo. Ela produz uma toxina que ataca o Aedes aegypti antes de ele nascer, quando, ainda em forma de larva, infesta águas paradas. O bioinseticida da Bthek, empresa do agrônomo Marcelo Soares, é líquido e indicado principalmente para lagos e açudes. Segundo Soares, a idéia de produzir o inseticida surgiu em 1999, quando ele fazia pós-doutorado em controle microbiano na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília. "Um ano depois fundei a empresa e dei início ao projeto", conta. "O primeiro passo foi comprar da Embrapa cepas puras da bactéria B. thuringiensis, fundamentais para a formulação adequada do produto." A etapa seguinte foi procurar o IPT, que desenvolveu e aperfeiçoou para a Bthek os meios de produção do bioinseticida, dando assessoria para a montagem da planta industrial da empresa. Esse produto tem vantagens em relação aos larvicidas químicos, ainda muito usados para combater a dengue no Brasil. "O bioinseticida tem atuação específica, permite o controle da praga sem provocar desequilíbrios ambientais e danos aos seres humanos, como os químicos", explica Maria Filomena de Andrade Rodrigues, do Agrupamento de Biotecnologia do IPT. Comprimido A outra arma, desenvolvida no Far-Manguinhos, é um comprimido, indicado para uso doméstico, como em caixas d´água, piscinas e cisternas. De acordo com os pesquisadores que o desenvolveram, o bioinseticida foi testado e aprovado, dentro dos padrões internacionais de segurança, por uma empresa independente. A aplicação só pode ser feita, no entanto, por agentes de saúde ou empresas especializadas, pois a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não permite a venda desse tipo de produto para a população leiga. Os dois bioinseticidas chegam ao mercado em breve. O da empresa de Brasília começará a ser vendido inicialmente em pequena escala para o Norte e o Nordeste, para operadoras de saúde e empresas especializadas. Sua produção em escala industrial está prevista para setembro. Segundo Soares, o produto custará metade do preço dos similares importados. Os comprimidos do Far-Manguinhos começarão a ser fabricados assim que forem encerradas as negociações com uma empresa brasileira do ramo de fermentações.

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