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Doença crônica dificulta vida de quem busca plano de saúde

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Por Agencia Estado
Atualização:

Basta ter doença crônica para não conseguir comprar um plano de saúde. O que parece contradição é mais uma vez denunciado. Desta vez por uma pesquisa do Grupo pela Vidda, organização não-governamental de luta contra a aids. De 15 operadoras de planos de saúde pesquisadas, só duas ofereceram a opção de agravo para o portador do vírus da aids (HIV). Por lei, é obrigatório oferecer o agravo para consumidores com doença crônica. Significa que a pessoa pagará mensalidade maior do que alguém saudável, mas terá cobertura para os procedimentos relacionados à doença preexistente. Além do agravo, outra opção é adquirir o plano sem alteração no preço, mas com carência de 24 meses para os procedimentos relacionados à doença. Para o doente, essa opção não é interessante porque ele fica descoberto por muito tempo. A pesquisa foi feita em janeiro. Três voluntários portadores do HIV tentaram fazer um plano de saúde. Eles procuraram as centrais de atendimento dos planos que os encaminharam para corretores. ?No começo da conversa, o corretor faz de tudo para vender o plano?, diz Roberto, de 34 anos, um dos voluntários. ?Quando eu dizia que tinha HIV, a conversa mudava e o agravo não era oferecido.? No grupo das operadoras que não ofereceram o agravo segundo a pesquisa estão: Amesp, Amico, Amil, Blue Life, Golden Cross, Interclínicas, Itálica, Life System, Marítima, Medial, Porto Seguro, Sancil PróSaúde e Unimed Paulistana. Bradesco e Sul América ofereceram o agravo, com mensalidade de R$ 1.290. As empresas contestam a pesquisa, alegando que seguem a lei e oferecem o agravo. A assessoria de imprensa da Porto Seguro informa que a empresa não vende mais planos individuais. O coordenador da pesquisa, Mário Scheffer, é enfático: ?As operadoras nunca concordaram com o agravo. A porta dos planos de saúde permanece fechada para o doente crônico?. A assistente de direção da Fundação Procon de São Paulo, Lucia Helena Magalhães, reforça que o agravo está na lei, mas não é praticado.

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