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Divisão de Transportes pode tirar PR do governo, diz líder

Luciano Castro disse que partido só aceita ministério ´por inteiro´, e alega que criação da Secretaria dos Portos seria ´tecnicamente e politicamente´ equivocado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O líder do PR na Câmara, deputado Luciano Castro, afirmou nesta sexta-feira que o partido poderá abdicar de participar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso o Ministério dos Transportes seja desmembrado com a eventual criação de uma Secretaria dos Portos. "Fica claro que, se (o governo) mantiver esse tipo de entendimento (criar a Secretaria), realmente, para nós é melhor não participar da administração", declarou Castro. Ele fez a ressalva de que isso não significaria rompimento com o governo: "Podemos, de alguma forma, manter a convivência política." Castro comentou que, quando o presidente Lula ofereceu o Ministério dos Transportes ao PR, ninguém jamais mencionou que uma parte do ministério seria retirada. A notícia sobre essa possibilidade, publicada nesta tarde e - ressaltou Castro - não confirmada pelo governo, deixa a legenda em situação desconfortável, segundo o líder. "O governo nega que esteja fazendo essa divisão", observou. Castro afirmou que a idéia de dividir o Ministério dos Transportes em dois é equivocada, "tecnicamente e politicamente", porque o sistema de transportes no País é interligado. "As ferrovias terminam nos portos. Não entendemos como a questão dos portos poderia ser tratada separadamente do Ministério dos Transportes", argumentou. Ele afirmou que o senador Alfredo Nascimento (PR) foi indicado "para o Ministério dos Transportes inteiro", e não para uma parte. Do ponto de vista político - argumentou o líder -, o partido entende que não há outra forma de participar a não ser com um ministério "por inteiro". "Se o governo resolver tirar uma área importante do ministério, o partido tomará uma decisão de, talvez, não participar da administração do governo", declarou Castro. Acrescentou que o PR "nunca foi ao presidente reivindicar ministérios" e lembrou que o partido tem 42 deputados e quatro senadores e "é o parceiro mais leal da coligação" o governista.

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