Ditadura não perseguiu FHC, diz ACM

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Por Agencia Estado
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O ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) lançou nesta sexta-feira ofensas pessoais contra o presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem chamou de mentiroso. Ele o acusou de liberar verbas públicas para ?evitar votações? no Congresso contra o governo federal e afirmou que o presidente recebe uma aposentadoria de R$ 8 mil da Universidade de São Paulo, ?sem nunca ter trabalhado?. As declarações de ACM foram uma resposta à crítica de Fernando Henrique, que acusou o ex-senador de ser ?anti-democrático? ao culpar o governo pela crise energética e de ser conivente com a corrupção. ?Anti-democrático está sendo o presidente quando faz liberação de verbas para evitar votações contra ele?, disse o ex-senador. ?Ele (o presidente) nunca sofreu na ditadura. Era um homem que passeava de Mercedes-Benz no Chile, porque nunca foi exilado, e até nisso ele mente perante o povo. Ele sustenta uma aposentadoria de R$ 8 mil sem nunca ter trabalhado.? Foi a primeira vez, desde que renunciou ao mandato de senador, na última quarta-feira, que ACM fez críticas pessoais a Fernando Henrique. De manhã, em uma entrevista gravada pela assessoria de imprensa do governo do Estado, que foi distribuída para duzentas rádios do interior, o pefelista disse que sua ?animosidade? com o governo começou quando o presidente resolveu apoiar Jader Barbalho (PMDB-PA) para a presidência do Senado. ?O presidente apoiou Jader, porque o tinha na mão com as coisas da Sudam. Fernando Henrique em vez de pensar no Brasil, pensa em fazer uma maioria instável, uma maioria boba, com a qual ele não conta nunca, e quem paga um preço alto é o povo baiano, o povo brasileiro, que está dando verba para malandros deputados gastarem com outras coisas que não nos municípios que eles representam?, criticou. Segundo ACM, no dia que foi confirmada a vitória de Jader, ele pensou em renunciar ao mandato, porque naquele momento o Senado ?não se mostrava à altura do Brasil?. ?Mas eu continuei lutando. Lutando para demonstrar as mazelas do governo também no setor Jader Barbalho?, afirmou. O senador atirou ainda no PT e no presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), a quem chamou de leniente pelo fato de ter deixado o presidente indicar o senador Geraldo Mello (PSDB-RN) para a liderança do governo do Senado e de assistir ainda às especulações que poderão levar o senador Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente da Comissão de Ética do Senado, para o Ministério da Integração Regional. ?Isso é uma questão de liderança do PFL e do presidente Bornhausen. Mas ele deve saber que foi a leniência do PFL com o Palácio do Planalto que deu nisso. Agora estão todos zangados, mas se reagissem há mais tempo, como eu reagi, o Palácio respeitaria mais o PFL?, afirmou. Sobre o PT, ACM disse que o partido começa agora a perder a sua máscara, mostrando suas ?ligações espúrias para obter vantagens pessoais?. Ele citou como exemplo as senadoras Heloísa Helena (PT-AL) e Emília Fernandes (PT-RS), que, segundo o pefelista, votaram contra a cassação do ex-senador Luiz Estevão. ACM insinuou que ?muitas coisas? estariam para surgir no Senado, mas que teriam sido abafadas ?de uma hora para outra?, graças a um suposto acordo entre petistas e o grupo de Jader Barbalho para as eleições da presidência do Senado e da Câmara. ?O PT e o governo têm a cara do Jader. Quem sabe se o acordão de que tanto falaram não é com o PT??, perguntou. O ex-senador passou o dia cercado de carlistas. De manhã, ele gravou o programa de rádio na sede da Governadoria e, depois, seguiu para o Palácio de Ondina, residencial oficial do governo do Estado. De lá, ACM foi a uma churrascaria, acompanhado do governador César Borges, do prefeito Antônio Imbassahy, do senador Waldeck Ornélas e do ex-ministro das Minas e Energia Rodolfo Tourinho. À tarde, despachou em seu gabinete na Rede Bahia, onde recebeu o lutador de box Acelino de Freitas, o Popó. Neste sábado, o ex-presidente do Senado embarca para São Paulo e, no domingo, participa do programa ?Passando a Limpo?, da Rede Record.

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