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Dissidentes se unem para fazer frente ao MST no Pontal

Por Agencia Estado
Atualização:

Quatro movimentos sociais do Pontal do Paranapanema decidiram se unir para fazer frente ao projeto do superacampamento idealizado pelo líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), José Rainha Júnior. Seus líderes anunciaram hoje a criação da União dos Movimentos Sociais pela Terra (Uniterra), englobando o Movimento dos Agricultores Sem Terra (Mast), Movimento Renovadores Sem Terra, Terra Brasil e Nova Força, todos formados por grupos dissidentes do MST. A sede da nova entidade fica a menos de 1 quilômetro do acampamento inaugurado no domingo por Rainha em Presidente Epitácio, a 670 quilômetros de São Paulo. "Não vamos concorrer com o José Rainha, pois nossa filosofia é diferente", disse Lino de Macedo, coordenador do Mast. "Queremos participar da reforma agrária sem colocar mais famílias embaixo da lona e fazer ocupações." O Uniterra vai triar e cadastrar as famílias em condições de serem assentadas e repassar os cadastros ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). "Estamos confiando na promessa do governo de que não precisa ocupar fazendas para ser assentado." No primeiro dia, foram cadastradas 30 famílias. "Vamos passar as 5 mil do chamado megaacampamento do MST", desafiou Lino. O coordenador do Mast conseguiu o apoio do prefeito Adhemar Dassie (PSDB). No sábado, o prefeito participou da entrega de cestas básicas repassadas pelo Incra aos assentados do Mast. O movimento, agora vinculado ao Uniterra, contabiliza 17 acampamentos no Pontal, com 2.100 famílias acampadas. "Estas continuam onde estão, pois terão prioridade para serem assentadas", explicou. A exemplo do MST, o Mast não é considerado um movimento pacífico. Na semana passada, os militantes ocuparam a sede do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) em Presidente Wenceslau. "Deu resultado, pois conseguimos a demarcação do acampamento Luis Moraes Neto", disse Macedo.

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