'Disse à Dilma que relacionamento do TCU com Petrobrás estava contaminado", diz ministro do TCU

Segundo Zymler, Dilma teria respondido que acharia ótimo se o TCU conseguisse fiscalizar a empresa, pois nem o governo federal tinha controle sobre a estatal

PUBLICIDADE

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Benjamin Zymler afirmou nesta segunda-feira, 20, que o órgão teve dificuldades para fiscalizar a Petrobrás. O ministro afirmou que, quando era presidente do TCU, em 2011 e 2012, alertou a presidente Dilma Rousseff de que havia dificuldade na obtenção de informações para fiscalizar a petroleira. "A primeira coisa que fiz foi ir à Dilma e dizer que o relacionamento do TCU com a Petrobrás estava contaminado", afirmou Zymler, em palestra durante seminário na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Segundo Zymler, Dilma teria respondido, na ocasião, que acharia ótimo se o TCU conseguisse fiscalizar a Petrobrás, pois nem o governo federal tinha controle sobre a estatal.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro do TCU afirmou que a Petrobrás não passava informações sobre suas obras, como a construção das refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e Comperj, ainda em construção na região metropolitana do Rio, porque simplesmente não tinha projeto básico desses empreendimentos. Ainda assim, segundo Zymler, não adianta mais repetir o "mantra" de que falta projeto básico no Brasil de que as leis favorecem a corrupção. "Com o esquema de corrupção generalizado, tão imbricado no sistema político, qualquer lei seria vencida pela corrupção. Não basta produzir melhores leis ou sistemas de regularização. Se não vencermos a crise moral, nada será resolvido", disse Zymler. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.