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Disputas antes travadas nos bastidores são agora públicas

Por João Domingos e BRASÍLIA
Atualização:

O início dos trabalhos legislativos expôs não só a fome de poder do PMDB, com a eleição de José Sarney (AP) e Michel Temer (SP) para as presidências do Senado e da Câmara, mas também velhas práticas políticas e disputas que até então eram travadas nos bastidores, e não em público. Por dois dias seguidos o Senado ficou paralisado porque PDT e PR brigavam pela quarta secretaria. Venceu a senadora Patrícia Saboya (PDT-CE). Na Câmara, Edmar Moreira (DEM-MG) foi eleito segundo vice-presidente, mas sob pressão acabou renunciando ontem ao cargo. Moreira, que venceu com a bandeira da impunidade, defendia o fim dos processos contra parlamentares no Conselho de Ética. "Temos o vício insanável da amizade." No Senado há ainda forte disputa entre os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pelo controle da Comissão de Relações Exteriores. Collor, ex-presidente, renunciou ao mandato no auge do escândalo do esquema PC - pelo qual seu caixa de campanha supostamente cobrava propina de empresários - e teve os direitos políticos cassados por oito anos. Azeredo é processado pelo STF sob a suspeita de ter fundado o mensalão mineiro. Na eleição para líderes partidários o critério não foi quem tem melhores condições para comandar a bancada. No PT venceu Cândido Vacarezza (SP), apoiado pelo ex-deputado José Dirceu. Ele disputou com Paulo Teixeira (SP), apadrinhado do presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP). No DEM venceu Ronaldo Caiado (GO), que apesar de defensor da reforma política, é ligado a setores rurais tidos como atrasados.

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