Disputa judicial sobre ordens de soltura de Lula inflama debate político nas redes sociais

Mais de sete milhões de interações em torno da palavra “Lula” foram registradas no Facebook só no domingo

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Por Cecília do Lago
Atualização:

As redes sociais Facebook e Twitter ficaram agitadas politicamente diante das notícias da possibilidade de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do triplex do Guarujá. O movimento animou os apoiadores do petista, mas foi seguido imediatamente por uma reação contrária, vinda sobretudo de páginas antipetistas. O debate em torno do ex-presidente foi 21 vezes maior no domingo do que no sábado, segundo levantamento do Estadão Dados.  

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso em Curitiba desde 7 de abril Foto: EFE/Antonio Lacerda

Para se ter uma ideia do quanto as redes se agitaram, a sexta-feira, dia fraco na política principalmente devido à Copa do Mundo, registrou apenas 185 mil interações. O sábado, 245 mil. Mas no domingo o volume do debate político no Facebook explodiu; foram 7 milhões de interações em posts citando o ex-presidente no texto, criticando ou defendendo. Não há distinção entre interações negativas e positivas nesse agrupamento, entretanto, quanto mais interações uma publicação tem, maior a tendência dela atingir mais pessoas, o que aumenta a relevância do perfil que a publicou.

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Durante todo o domingo, dentre todos os posts que mencionam a palavra “Lula” no texto, a página “Vem Pra Rua Brasil”, ligada aos movimentos pró-impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, ficou em 1º lugar entre as aquelas que mais receberam interações. Chegou a atingir 8% do total, o que a deixou à frente da página oficial do ex-presidente Lula, que respondeu por 5% das conversas. A fanpage do MBL também ficou com 5%; na sequência, as interações se concentram em outras páginas antipetistas, veículos de imprensa e políticos pró-Lula.

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Quem mais movimentou esse debate na maior rede social do País foram as postagens de agradecimento ao juiz Sérgio Moro, no domingo, quando ele se manifestou contra a competência do desembargador Fraveto. Vindas de páginas de discurso anti-corrupção distintas, o mesmo agradecimento ao juiz curitibano obteve tanto o maior volume quanto o melhor desempenho. Dentre os que se declaram presidenciáveis, o post da página de Lula, com o vídeo dos congressistas que impetraram o pedido de soltura gerou maior volume de interações, mas a postagem Guilherme Boulos que mostrava o pedido de soltura teve o melhor desempenho, quase 200 vezes acima do normal.

Páginas oficiais

Entretanto, se considerarmos as interações em posts - quaisquer assunto que sejam - somente de páginas oficiais de presidenciáveis no Facebook, 80% da conversa foi em posts da página de Lula, desbancando a tradicional liderança de Jair Bolsonaro entre os cinco presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas. Mas o pré-candidato do PSL reagiu no meio da tarde aproveitando a onda de reação contrária, e ficou com 18%. Os outros três pré-candidatos foram ofuscados e por isso não tiveram mais de 1% das conversas que envolvem páginas oficiais.

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Twitter

Em cenário semelhante na rede social de postagens curtas, o perfil de Lula participou de 74% das conversas que envolviam perfis oficiais, e Bolsonaro 17%. Mas não foram os políticos que dominaram o debate que citava Lula no Twitter. As postagens de Janaína Paschoal obtiveram a melhor performance naquela rede social, fazendo ter um desempenho mil e quatrocentas vezes maior do que o habitual, sempre se posicionando a favor da prisão do ex-presidente. Mas quem gerou maior volume de conversas nesse debate foi a cantora Clarice Falcão; seus três tweets a favor da liberdade de Lula foram os mais movimentados, ocupando 11% das conversas com citação.

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O Estadão Dados utiliza a ferramenta Crowdtangle para monitorar em tempo real as páginas de todos os que se declaram pré-candidatos à Presidência da República no Facebook e os cinco mais bem colocados nos múltiplos cenários das pesquisas eleitorais no Twitter.

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