PUBLICIDADE

Disposta a concorrer, Marta ainda quer PMDB

PUBLICIDADE

Por Clarissa Oliveira
Atualização:

Apesar das intenções do PMDB de lançar candidato próprio à Prefeitura de São Paulo, o PT da ministra do Turismo, Marta Suplicy, não desistiu de trazer a sigla para o seu palanque. Decidida a aceitar a candidatura, porém sem pressa de torná-la oficial, a ex-prefeita avalia que a aliança com peemedebistas seria a chave para colocá-la em vantagem na disputa. Com o aval de Marta, um grupo de petistas espera abrir uma nova frente de negociação com o PMDB de São Paulo, liderado pelo ex-governador Orestes Quércia. Se não der para conseguir um acordo oficial no primeiro turno - uma possibilidade que até o PT reconhece como bastante remota -, a idéia é ao menos engatilhar um acordo para o segundo turno. Aliados da ministra reconhecem como natural a intenção do PMDB de puxar votos e garantir o número 15 na legenda de vereadores com uma candidatura. Mas avaliam que a estratégia esconde, pelo menos em parte, a intenção de "aumentar o passe" da sigla nas negociações que cercam a prefeitura. Para viabilizar a aliança, o grupo de Marta aposta em duas frentes. A primeira é dar a Quércia garantia de que seu grupo terá "participação efetiva" no governo. A idéia de colocar a vice na mesa de negociações não está totalmente descartada, mas alguns petistas insistem em que o melhor é manter a vaga nas mãos do partido. Assim, a administração municipal seria mantida, mesmo que Marta eventualmente deixe o cargo para concorrer em 2010. A segunda aposta passa pela esfera federal. Petistas avaliam que a disposição do grupo de Quércia depende diretamente da relação entre o PMDB e o governo Lula. Nesse sentido, aliados de Marta comemoraram a notícia da nomeação para a diretoria da Eletrobrás do ex-prefeito Miguel Colasuonno, aliado de Quércia. Enquanto isso, a ministra mantém o suspense. Em visita a São Paulo na sexta-feira, limitou-se a dizer que ainda tem tempo. "Ainda não me decidi, estou ouvindo pessoas." PRAZO No PMDB, as portas de fato não estão fechadas. "Sempre podemos conversar. Não vejo problema", disse Quércia. Mas o prazo, segundo ele, é curto. "Se nosso candidato for escolhido e anunciado, aí não terá mais volta." No fim de janeiro, a Executiva do partido decidiu ter candidato próprio e estabeleceu prazo de 30 dias para escolhê-lo. Seriam consultados o deputado Michel Temer (SP), presidente do partido, e a candidata derrotada ao Senado, Alda Marco Antônio. A primeira opção já caiu por terra. "Não está nos meus projetos ser candidato a prefeito, pelo menos neste momento", disse Temer. Alda, por sua vez, ficou animada com a chance de ser escolhida.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.