15 de setembro de 2015 | 21h59
Brasília - A apresentação de uma questão de ordem da oposição com questionamentos ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o roteiro de um eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff provocou um intenso bate-boca no plenário e dominou os discursos durante toda a noite desta terça-feira, 15.
O documento de 18 páginas lido pelo líder do DEM, Mendonça Filho (PE), pressiona Cunha a definir questões como, por exemplo, se a presidente pode sofrer processo de impedimento por atos cometidos durante o mandato imediatamente anterior, caso das chamadas "pedaladas fiscais" que estão sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
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A oposição espera que Cunha se manifeste até, no máximo, o início da próxima semana. O presidente da Câmara não estabeleceu um prazo. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), saiu em defesa da presidente. "Nós ganhamos a eleição e é com base neste mandato popular que vamos governar nos próximos três anos e seis meses este País", disse Guimarães, que se referiu à tese de impeachment como "golpe" e "conspiração".
"Quando muitos de vocês serviam ao regime militar, ela estava lá presa", afirmou Guimarães. "Não cutuquem a onça com vara curta. Pensem duas vezes", disse. A confusão no plenário começou quando os deputados Orlando Silva (PC do B-SP) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) bateram boca. Cunha pediu intervenção da segurança da Casa.
A discussão seguiu na tribuna. "A sua presidente da República assaltou a Petrobrás, disse Bolsonaro. "Vamos até o final para cassar esta mulher que não deveria nem ter chegado à Presidência", afirmou. "Se preparem bem, senão Lula vem aí", disse Orlando Silva, que foi retrucado pelo plenário com gritos de "Cadeia! Cadeia!".
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